quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

ex-Papa

Veja dez fatos sobre a vida de aposentado do futuro ex-Papa

Em situação inédita há mais de 6 séculos, Bento XVI manterá títulos e algumas regalias; veja o que muda na vida dele.

Da BBC
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Dezenas de milhares de pessoas são aguardadas nesta quinta-feira (28) na Praça de São Pedro, no Vaticano, para acompanhar os últimos compromissos do Papa Bento XVI antes de efetivar sua renúncia, a primeira de um sumo pontífice em mais de 600 anos.
Com o abandono do cargo, a vida de Bento XVI passará por mudanças importantes. Conheça dez delas:
1. Nome e título
A partir de sexta-feira, Bento XVI será conhecido como papa emérito ou bispo emérito de Roma.
O pontífice, entretanto, continuará sendo chamado por seu título papal, Bento XVI, em vez de voltar ao seu nome de nascimento, Joseph Ratzinger, além de manter a alcunha de 'Sua Santidade Bento XVI'. Tratamento semelhante é dado a ex-presidentes dos Estados Unidos, por exemplo. Estes continuam sendo chamados de presidentes mesmo depois de deixar a Casa Branca.
'Emérito' significa 'aposentado' em latim, a língua oficial da Igreja Católica, e advém do verbo emereri, ou seja, alguém que deixa de oferecer seus préstimos.
2. Nova casa
Bento XVI deixará o Vaticano em um helicóptero antes de que sua renúncia seja efetivada, às 20h (16h de Brasília) desta quinta-feira.
Ele partirá rumo à residência papal de Castel Gandolfo, ao sul de Roma, onde deve permanecer por três meses.
Ao fim desse período, o então ex-pontífice voltará ao Vaticano e passará a viver em um antigo convento conhecido como Mater Ecclesiae, localizado no extremo sudoeste do Vaticano.
Notícias veiculadas pela imprensa italiana indicam que os jardineiros do futuro local de residência de Bento XVI continuarão cultivando, em um quintal de 500 metros quadrados, frutas e vegetais orgânicos que servem ao papa, em especial uma marmelada de laranja.
3. Vestuário
O papa emérito continuará se vestindo de branco, em vez do negro sacerdotal ou do vermelho cardinalício.
No entanto, a roupa será restrita a uma batina simples, sem os chapéus elaborados (como o solidéu, que se assemelha ao quipá usado pelos judeus) e outras peças que compuseram sua imagem durante seu papado (e que levaram o jornal 'Wall Street Journal' a questionar, por exemplo, se o pontífice vestia-se com a grife italiana Prada).
Bento XVI também abdicará de seus sapatos vermelhos por outros de tonalidade marrom e feito à mão por um sapateiro no México durante sua mais recente visita ao país latino-americano, ocorrida no ano passado.
4. Anel
O anel de ouro papal, conhecido como o 'Anel do Pescador' e que simboliza o sucessor de Pedro, apóstolo de Jesus Cristo e considerado o primeiro Papa da Igreja Católica, será destruído com um martelo de prata especial tão logo Bento XVI deixe o cargo.
'Os objetos estritamente ligados ao ministério de São Pedro devem ser destruídos', indica o Vaticano. Seu selo pessoal também será descontinuado.
5. Responsabilidades
Bento XVI não terá mais responsabilidades administrativas ou oficiais. Também não participará do conclave que escolherá seu sucessor.
No entanto, sua influência deve ser sentida, uma vez que foi ele quem indicou 67 dos atuais 115 cardeais que participarão da eleição.
Muitos deles vêm lendo os discursos dados por Bento XVI antes de sua aposentadoria para tratar de identificar elementos-chaves sobre quais qualidades ele acredita que seu sucessor deve ter.
6. Vida no confinamento
Ao anunciar sua renúncia, o Papa afirmou que dedicará seu tempo a orar pela Igreja. Em entrevista à imprensa, seu irmão mais velho, Georg Ratzinger, disse que Bento XVI demonstrou o interesse de assessorar seu sucessor se for solicitado.
O pontífice indicou que se dedicará a ler e a escrever.
Teólogo conceituado, Bento XVI tinha uma biblioteca de 200 mil livros localizada em um dos aposentos papais no momento em que foi eleito em 2005. O atual papa também gosta de tocar piano e ver filmes de comédia em preto e branco, além de ser apaixonado por gatos.
Sabe-se que possui pelo menos uma, apelidada de Contessina (condessa, em italiano), que vive em Mater Ecclesiae.
7. Redes sociais
A conta do Twitter do Papa, @pontifex e suas versões em oito diferentes idiomas, serão desativadas quando Bento XVI deixar de ser papa.
Desde que inaugurou as contas, no final do ano passado, o pontífice somou 2,5 milhões de seguidores. Não é sabido, por enquanto, se Bento XVI levará consigo o iPad papal.
Durante o interregnum, o período entre dois papados, o Vaticano fará atualizações que serão distribuídas pela conta do atual secretário de Estado, Tarcisio Bertone (@Terzaloggia).
8. Proteção 'dourada'
Ainda que seus planos de aposentadoria possam parecer modestos para um ex-pontífice, Bento XVI, enquanto arcebispo, manterá seu generoso seguro-saúde pago pelo Vaticano e possivelmente terá acesso aos mesmos médicos que o tratavam no cargo.
O Papa Emérito será cuidado por um pequeno grupo de freiras alemãs que o atendem desde que foi nomeado chefe da Igreja Católica.
Como o último Papa renunciou há mais de 600 anos, não há precedente sobre um plano de pensão papal, mas as leis canônicas requerem que cada diocese ampare seus clérigos aposentados.
Como Bento XVI será Papa Emérito, Roma provavelmente cuidará que não lhe falte nada.
9. Secretário pessoal
O secretário pessoal de Bento XVI, o fotogênico arcebispo alemão Georg Gänswein, que aparece atrás do pontífice em fotos, não se dedicará exclusivamente ao papa emérito.
Ele não só cuidará dele, como também de seu sucessor.
10. Infalibilidade
Há uma falsa ideia amplamente difundida sobre a infalibilidade do Papa sobre o que diz ou faz.
De fato, o Concílio do Vaticano de 1870 determinou que as decisões do Papa são infalíveis (ou seja, estão sempre corretas) somente quando são feitas ex cathedra, como parte de uma declaração doutrinal sobre a Igreja. Bento XVI nunca invocou tal privilégio (e, na prática, apenas uma declaração dessas foi emitida desde 1870).
Quando renunciar, o Papa não poderá mais emitir qualquer declaração ex cathedra.
28/02/2013 12h02 - Atualizado em 28/02/2013 12h07

'Ele se lembrou que já esteve em casa', diz D. Geraldo sobre Bento XVI

Cardeal falou ao G1 sobre cumprimento pessoal do Papa em seu último dia.
'Não existe isso de pegar um Papa de transição', diz brasileiro.

Eduardo Carvalho Do G1, em São Paulo
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Cardeais acompanham a audiência com Bento XVI em seu último dia como Papa (Foto: Reuters/Osservatore Romano)Cardeais durante audiência com Bento XVI nesta
quinta- feira (Foto: Reuters/Osservatore Romano)
Um clima cordial e de agradecimento marcou o último encontro do Papa Bento XVI com cardeais presentes no Vaticano nesta quinta-feira (28), relatou ao G1 Dom Geraldo Majella Agnelo, cardeal arcebispo emérito de Salvador. Ele contou também o que o pontífice falou ao se encontrar com o brasileiro na última audiência e disse que não crê na chance de o conclave eleger um "Papa de transição".
Desde segunda-feira (25) no Vaticano, Dom Geraldo teve a oportunidade de se despedir pessoalmente de Bento XVI que, a partir das 20h (16h, horário de Brasília), deixa vago o cargo de líder da Igreja Católica e passa a ser tratado como Papa Emérito.

“Ao cumprimentá-lo, ele se recordou que eu morava no alto do Palácio Santo Oficio, onde está sediada a Congregação para a Doutrina da Fé, da qual ele era o prefeito [quando cardeal]. Todos os dias nos encontrávamos, quando eu saía e quando ele chegava. Ele se lembrou que já esteve em casa conosco por horas, recordou com detalhes algo que foi próprio para mim”, disse Dom Majella.
dom geraldo magella (Foto: Ida Sandes / G1)O cardeal brasileiro Dom Geraldo Majella, que está
no Vaticano desde segunda-feira (Foto: Ida Sandes / G1)
O cardeal brasileiro, que é um dos cinco representantes do país durante o conclave que vai eleger o novo Papa, afirmou ainda que Bento XVI fez um agradecimento muito grande aos presentes na audiência – cerca de cem cardeais -- e pediu a todos que ajam pelo bem da Igreja e “continuem tendo obediência ao próximo Papa”.
Ele apontou também a existência de uma discussão paralela dentro da Igreja, mesmo que fora do Colégio de Cardeais, da possibilidade de se eleger um Papa de transição, que permanceria no cargo para que seja concluída a preparação de um novo representante.
“Às vezes podemos pensar 'bom podemos fazer um Papa passageiro, um Papa de transição, para que venha depois um outro que será formado'. Ouvimos essa questão por fora, não dentro do Colégio dos cardeais, mas não existe isso de pegar um Papa de transição”, explicou.
Ele não considera que o cardeal Joseph Ratzinger tenha sido um Papa de transição -- devido à sua idade avançada quando foi eleito. "Ele era prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, um dicastério importante, e fazia com autoridade seu trabalho. Ele se destacava perante os demais que podiam ter sido eleitos como Papa", explicou.
Brasileiros não votarão em bloco
Sobre o conclave, Dom Geraldo disse que um clima de "muitas interrogações" antecede este conclave, que, segundo ele, deve ser ligeiramente diferente do processo que elegeu Bento XVI. "É uma passagem, eu acredito que toda passagem deixa muitas interrogações".

Ao G1, Dom Majella disse que os cardeais brasileiros que participarão do conclave já se reuniram algumas vezes no Vaticano ao longo desta semana. No entanto, não teriam conversado sobre em quem votar ou mesmo combinar um candidato único para o conclave – uma votação única do bloco de cardeais brasileiros.
“Não conversamos sobre isso, não fizemos e não faremos. Os encontros são somente para gente ver como será o conclave. Não conversarmos para indicar algum nome”, explica.
Além dele, os demais brasileiros concorrentes e votantes são o arcebispo emérito de São Paulo, Dom Claudio Hummes, de 78 anos, Dom João Braz de Aviz, de 65, o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, de 63, e o arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno.
Papa Bento XVI deixa o papado nesta quinta-feira (28) (Foto: Reprodução/Globo News)Papa Bento XVI deixa o papado nesta quinta-feira (28) (Foto: Reprodução/Globo News)
Perfil carismático e doutrinador
Questionado se o novo pontífice deve ser mais carismático, como foi o Papa João Paulo II, ou mais doutrinador, como Bento XVI, Dom Geraldo Majella disse que o eleito pelo conclave deverá ter as duas características.
"Tem que ser alguém que guie os cristãos, que esteja atento à palavra de Deus e a coloque em prática. Ao mesmo tempo, [deve ser] um pastor que considere presente os desafios que a Igreja tem hoje, que não são de agora, sempre existiram e vêm desde o inicio do Cristianismo. Que ele seja um pastor que atenda as solicitações da própria Igreja, no sentido que possa esclarecer e nos ensinar".
Preferidos
Dom Geraldo Majella preferiu não falar especificamente sobre as chances de outros cardeais no conclave, mas disse que alguns movimentos de dentro da Igreja já teriam seus preferidos. "Pode ser que algum [candidato] que esteja ligado a algum movimento será distinguido para ser eleito (...), mas os cardeais não aceitam isso", comentou.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

.você viu


.4 nolelas


Anime o desenho


Musica oque.largadinho


novas series

            Nesse mês teremos varias series como vale a pena rir mais um pouco ,com varias series sendo reprisadas.amor no ar ,5filmes de remanse serram isibidos.Musica oque  varias seleções de musicas.Anime o desenho desenhos animados serram isibidos.4 nolelas as melhore cenas e capito los das novelas das 6,7,8 e 11.você  viu,melhores momentos de toda a programação.Não perca em breve

amor no ar!


Vale a pena rir mais um pouco.A diarista


O canto da sereia


O canto da sereia



O canto da sereia


O canto da sereia

Iremos  postar senas da serie o canto de sereia.Lavai o primeiro,vamos ver!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Taís Araújo aparece vestida de freira

Atriz participou de gravação da minissérie "O Dentista Mascarado" na tarde desta terça-feira (26)

Taís Araújo (Foto: Fábio Martins / Ag. News)

Taís Araújo foi fotografada vestida de maneira inusitada nesta terça-feira (26). A atriz foi alvo dos paparazzi enquanto gravava a minissérie "O Dentista Mascarado" vestida de freira e totalmente sem maquiagem no centro do Rio de Janeiro.
Animada, Taís se refrescou com um copo de água e checou o celular entre uma cena e outra.  Taís estava de férias da televisão desde o fim de "Cheias de Charme", em que interpretou a personagem Penha.
Taís Araújo (Foto: Fábio Martins / Ag. News)Taís Araújo (Foto: Fábio Martins / Ag. News)

Taís Araújo (Foto: Fábio Martins / Ag. News)Taís Araújo (Foto: Fábio Martins / Ag. News)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

morreu

Helton
morreu o cantor Helton da dupla Helton e gaúcho.Ele morreu de infarto,ele era muito conhecido em Nilópolis(RJ) por fazer shows ao vivo em caso de mais noticias voltaremos

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Grupo faz ato pela liberdade de nudez no Parque do Ibirapuera

Manifestação ocorreu na Praça da Paz na tarde deste domingo (24).
PM e delegacias da região não registraram chamados de atentado ao pudor.

Do G1 São Paulo
516 comentários
Um grupo de pessoas fez um protesto pela liberdade da nudez na tarde deste domingo (24), na Praça da Paz, no Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo. A Polícia Militar informou que não foi acionada para atender qualquer ocorrência no parque; as delegacias da região também disseram que não receberam ocorrências de atentado ao pudor neste domingo (Foto: Gabriela Biló/Futura Press)Um grupo de pessoas fez um ato pela liberdade da nudez na tarde deste domingo (24), na Praça da Paz, no Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo. A Polícia Militar informou que não foi acionada para atender qualquer ocorrência no parque; as delegacias da região disseram que não receberam ocorrências de atentado ao pudor neste domingo (Foto: Gabriela Biló/Futura Press)

oscar 2013

Rede Globo transmite a cerimônia do Oscar 2013 no domingo, dia 24

Emissora terá um espaço exclusivo no tapete vermelho em Hollywood

A Rede Globo exibe neste domingo, dia 24, a 85ª cerimônia de entrega do Oscar, direto de Los Angeles, nos Estados Unidos. Pela primeira vez a emissora terá um espaço exclusivo no tapete vermelho do teatro, em Hollywood, e caberá ao correspondente Hélter Duarte mostrar a chegada das celebridades que participam da maior premiação do cinema mundial, em flashes ao vivo a partir do Fantástico. A transmissão da cerimônia começará logo após o Big Brother Brasil 13.
VEJA A LISTA COMPLETA DE FILMES E ESTRELAS QUE CONCORREM AO OSCAR
Oscar 2013 (Foto: TV Globo / Matheus Cabral)José Wilker e Maria Beltrão comandam a transmissão do Oscar na Globo (TV Globo / Matheus Cabral)
Aqui no Brasil, a jornalista Maria Beltrão fará a apresentação com comentários do ator José Wilker.
- Assisto a todos os filmes que estão com alguma indicação ao Oscar. Também busco informações sobre os atores que fazem a apresentação dos prêmios, além de informações de bastidores. Tudo para deixar o telespectador por dentro da maior festa do cinema - explica Beltrão sobre a sua preparação.

Esta é a oitava vez que a jornalista participa junto com Wilker da transmissão.
- Neste ano temos uma safra muito boa de filmes indicados, prefiro não arriscar um palpite e entender a tendência da Academia, que me parece que está seguindo mais para filmes de conteúdo do que formato - diz Wilker.
A tradução fica novamente por conta de Anna Vianna.
24/02/2013 22h50 - Atualizado em 24/02/2013 23h54

Veja quais são os ganhadores do Oscar 2013

'Lincoln' e 'Argo' estão entre os principais concorrentes.
Primeira estatueta foi para Christoph Waltz, por 'Django livre', de Tarantino.

Do G1, em São Paulo
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William Shatner participa do Oscar junto com Seth MacFarlane  (Foto: Reuters)William Shatner participa do Oscar junto com Seth MacFarlane (Foto: Reuters)
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anuncia na noite deste domingo (24) os vencedores do Oscar 2013 em Los Angeles. A primeira estatueta entregue foi a de melhor ator coadjuvante, para Christoph Waltz, por seu trabalho em "Django livre", de Quentin Tarantino. O cineasta mereceu o agradecimento inicial do ator austríaco, que o chamou de "herói". Essa foi a sua segunda parceria com Tarantino: a anterior, em "Bastardos inglórios" (2009), também lhe rendeu o Oscar de coadjuvante. Veja abaixo os ganhadores.
O anfitrião da 85ª edição do Oscar é o controverso Seth MacFarlane, conhecido por ser o diretor de "Ted" e por ser o criador da animação "Uma família da pesada".

O primeiro longa a vencer duas estatuetas na noite foi "As aventuras de Pi", que levou como melhor fotografia e efeitos visuais – ao todo, a superprodução de Ang Lee tem 11 indicações. O campeão de nomeações do ano é "Lincoln", com 12. Mas o filme de Steven Spielberg já perdeu até aqui em três categorias.
"Argo" vem sendo considerado o favorito à estatueta de melhor filme, principal prêmio do Oscar. Isso se for levado em conta o termômetro mais apto a prever o que pensam os membros da Academia de Hollywood. Trata-se dos quatro principais sindicatos do setor nos Estados Unidos – de atores, diretores produtores e roteiristas. Em seus próprios critérios, todas essas entidades escolheram o longa dirigido por Ben Affleck como o melhor do ano. Nas últimas temporadas, a tendência vem sendo esta: ganha o mais aguardado prêmio do Oscar quem acumula mais estatuetas concedidas pelos sindicatos.
Veja abaixo a lista de vencedores do Oscar 2013 – destacados em negrito –, conforme eles forem sendo anunciados:
Christoph Waltz aceita o prêmio de melhor ator coadjuvante por 'Django Livre' no Oscar 2013 (Foto: AP)Christoph Waltz aceita o prêmio de melhor ator coadjuvante por 'Django Livre' no Oscar 2013 (Foto: AP)
Ator coadjuvante
Alan Arkin ("Argo")
Christoph Waltz ("Django livre")
Philip Seymour-Hoffman ("O mestre")
Robert De Niro ("O lado bom da vida")
Tommy Lee Jones ("Lincoln")
Filme estrangeiro
"Amor" (Áustria)
"No" (Chile)
"War witch" (Canadá)
"O amante da rainha" (Dinamarca)
"Kon-tiki" (Noruega)

Animação
"Detona Ralph"
"Frankenweenie"
"ParaNorman"
"Piratas pirados!"
"Valente"

Curta-metragem de animação
"Adam and dog"
"Fresh guacamole"
"Head over heels"
"Maggie Simpson in 'The Longest Daycare'"
"Paperman"
Fotografia
"007 – Operação Skyfall"
"Anna Karenina"
"As aventuras de Pi"
"Django livre"
"Lincoln"

Efeitos visuais
"As aventuras de Pi"
"Branca de Neve e o caçador"
"O hobbit: Uma jornada inesperada"
"Prometheus"
"Os Vingadores"
Figurino
"Anna Karenina"
"Branca de Neve e o caçador"
"Espelho, espelho meu"
"Lincoln"
"Os miseráveis"

Maquiagem e cabelo
"Hitchcock"
"O hobbit: Uma jornada inesperada"
"Os miseráveis"

Melhor curta-metragem
"Asad"
"Buzkashi boys"
"Curfew"
"Death of a shadow (doos van een schaduw)"
"Henry"
Documentário em longa-metragem
"5 broken cameras"
"The gatekeepers"
"How to survive a plague"
"The invisible war"
"Searching for Sugar Man"

Documentário em curta-metragem
"Inocente"
"Kings point"
"Mondays at Racine"
"Open heart"
"Redemption"

Filme
"Indomável sonhadora"
"O lado bom da vida"
"A hora mais escura"
"Lincoln"
"Os miseráveis"
"As aventuras de Pi"
"Amor"
"Django livre"
"Argo"

Diretor
Michael Haneke ("Amor")
Benh Zeitlin ("Indomável sonhadora")
Ang Lee ("As aventuras de Pi")
Steven Spielberg ("Lincoln")
David O. Russell ("O lado bom da vida)

Ator
Daniel Day-Lewis ("Lincoln")
Denzel Washington ("Voo")
Hugh Jackman ("Os miseráveis")
Bradley Cooper ("O lado bom da vida")
Joaquin Phoenix ("O mestre")

Atriz
Naomi Watts ("O impossível")
Jessica Chastain ("A hora mais escura")
Jennifer Lawrence ("O lado bom da vida")
Emmanuelle Riva ("Amor")
Quvenzhané Wallis ("Indomável sonhadora")
Atriz coadjuvante
Sally Field ("Lincoln")
Anne Hathaway ("Os miseráveis")
Jacki Weaver ("O lado bom da vida")
Helen Hunt ("The sessions")
Amy Adams ("O mestre")
Roteiro original
Michael Haneke ("Amor")
Quentin Tarantino ("Django livre")
John Gatins ("Voo")
Wes Anderson e Roman Coppola ("Moonrise kingdom")
Mark Boal ("A hora mais escura")

Roteiro adaptado
Chris Terrio ("Argo")
Lucy Alibar e Benh Zeitlin ("Indomável sonhadora")
David Magee ("As aventuras de Pi")
Tony Kushner ("Lincoln")
David O. Russell ("O lado bom da vida")

Edição
"Argo"
"A vida de Pi"
"Lincoln"
"A hora mais escura"
"O lado bom da vida"
Trilha sonora original
Dario Marianelli ("Anna Karenina")
Alexandre Desplat ("Argo")
Mychael Danna ("As aventuras de Pi")
John Williams ("Lincoln")
Thomas Newman ("007 – Operação Skyfall")

Canção original
"Before my time", de "Chasing ice" – J. Ralph (música e letra)
"Everybody needs a best friend", de "Ted" – Walter Murphy (música) e Seth MacFarlane (letra)
"Pi's lullaby", de "As aventuras de Pi" – Mychael Danna (música) e Bombay Jayashri (letra)
"Skyfall", de "007 - Operação Skyfall" – Adele (música e letra)
"Suddenly", de "Os miseráveis" – Claude-Michel Schönberg (música), Herbert Kretzmer (letra) e Alain Boublil (letra)
Edição de som
"Argo"
"Django livre"
"As aventuras de Pi"
"A hora mais escura"
"007 – Operação Skyfall"

Mixagem de som
"Argo"
"Os miseráveis"
"As aventuras de Pi"
"Lincoln"
"007 – Operação Skyfall"
Design de produção
"Anna Karenina"
"O hobbit: Uma jornada inesperada"
"Os miseráveis"
"A vida de Pi"
"Lincoln

entrevistas

Rodrigo Sant´anna: "Adorava ver tiroteio, era uma diversão" - Edição 641 (21/12/2012)

Sucesso no 'Zorra Total', Rodrigo Sant’Anna lembra os tempos difíceis de antes da fama, conta como era a infância no Morro dos Macacos, comunidade da Zona Norte do Rio de Janeiro, e diz que tem um reencontro de vida com Thalita Carauta, sua parceira na TV - Por Raquel Pinheiro

Rodrigo Sant'Anna (Foto: Zô Guimarães)

Mesmo de cara limpa, sem a maquiagem de Valéria e Adelaide, personagens com os quais alcançou o sucesso no humorístico Zorra Total, Rodrigo Sant’Anna é reconhecido pelos fãs nas ruas, que brincam com os bordões criados pelo comediante, como “Eu sou a cara da riqueza” e “Ai, como eu tô bandida!”.

O carinho do público dá noção do tamanho da popularidade do ator de 31 anos, que não se deixa seduzir com elogios. “Não me deslumbro com o sucesso”, afirma, sério. Carioca, Rodrigo foi criado no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio de Janeiro, comunidade pacificada em 2010, antes conhecida pela violência. A experiência na favela e no subúrbio de Quintino, onde também morou, deram ao ator material para criar, em 2006, o espetáculo Os Surbubanos, após cursos no Tablado e na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL).

A comédia fez de Rodrigo um sucesso e o levou à TV, onde participou do seriado A Diarista (2005) e ficou quatro anos na Turma do Didi. No Zorra desde 2010, ele também participa de dois programas de rádio no Rio e está em cartaz com o espetáculo 'Shrek – O Musical', vivendo o Burro. Seu sonho é trabalhar com Miguel Falabella, um de seus ídolos. O outro era Chico Anysio. “Ele passava no corredor, eu me escondia”, lembra.
QUEM: De onde veio a vontade de ser ator?Rodrigo Sant’Anna: Já pensava nisso com 14 anos, mas escola de teatro era cara. Com 18, pedi para minha mãe o curso do Tablado. Já na faculdade, falei “quero fazer CAL” e não tinha grana. Trabalhava como operador de telemarketing e pedi demissão. Paguei o primeiro mês da CAL, minha mãe pagou o segundo e ficou endividada, no terceiro não ia ter dinheiro. Aí, passei em uma seleção de um projeto de apresentações educativas nas estações e trens do metrô. Foi o que custeou três anos e meio de aulas.
QUEM: Como foi sua experiência como atendente de telemarketing?
RS:
Foi o pior ano da minha vida. Acordava 4h e meia da manhã. Imagina ficar seis horas com um headphone no ouvido e 15 minutos de intervalo.
QUEM: Chegou a ser xingado pelos clientes?
RS:
Sim, mas eu desligava várias ligações. Se a pessoa vai xingar, a gente pode desligar. Hoje, do outro lado, já perdi a paciência também. Sempre peço para falar com o supervisor. O que descobri é que você tem que ligar muito estressado. Quando você entra calmo, vão tentar te engambelar.
QUEM: Teve outro emprego, além do telemarketing?
RS:
Entreguei panfleto para uma clínica dentária, durou um dia. Fiz Tablado e CAL e fui fazer outro curso. Mas não aguentava mais, queria ganhar dinheiro. Fui para São Paulo, porque ouvi dizer que teatro lá era mais fácil. Fui de ônibus e passei o dia distribuindo currículo em shopping para ver se arrumava um emprego e conseguia me sustentar. Nenhuma loja me ligou até hoje. Desisti e fiquei no Rio.
QUEM: Quando veio a virada?
RS:
Teve um concurso em um festival de esquetes e apresentei alguns, de Os Suburbanos. A Thalita Carauta ganhou o prêmio de melhor atriz nesse festival. Montamos o espetáculo e fizemos Os Suburbanos juntos. Aí, foi indo.
QUEM: Você e Thalita são amigos fora do trabalho?
RS:
É uma amizade de mais de dez anos. A gente tem um reencontro de vida. Somos amigos, a televisão foi uma consequência.
QUEM: Conseguiu manter as amizades de antes da fama?
RS:
Vivi uma realidade muito diferente da que tenho hoje. Vi amigos que já morreram no tráfico, outros foram para uma profissão digna. Ainda morava no Morro dos Macacos quando fazia o Tablado. Tinha aqueles amigos ali e ia fazer aula com o João Velho, filho da Cissa Guimarães. Ele fazia ensaio do Tablado com uma blusa da Gap que para mim era um sonho de consumo.
QUEM: Comprou a blusa da Gap quando teve dinheiro?
RS:
Não. Fui para os Estados Unidos e vi que a Gap não era tudo isso (risos).
QUEM: Você viveu no Morro dos Macacos quando a comunidade não tinha sido pacificada. Como foi crescer nesse ambiente?
RS:
A gente não se dá conta quando está vivendo a situação. Adorava ver tiroteio, era uma diversão. Imagina uma mesmice, você adolescente, mais um dia igual, aí começa um tiroteio, sai da janela. Isso era divertido. Sem hipocrisia, era mesmo. Quando já estava na TV, fui assistir a Tropa de Elite com a minha madrinha, Solange. Saí do cinema aos prantos, angustiado porque ela ainda vivia aquilo.
QUEM: Você não tinha a dimensão do risco que corria?RS: Quando estava crescendo, não tinha noção. Na época da faculdade, à noite, tinha que ligar, perguntar como estavam as coisas, “melhor não vir para casa”. Acabei indo morar com minha mãe por causa do inconveniente que é morar numa comunidade. Tá dando tiro, fica aí embaixo.
QUEM: Por que você não morava com sua mãe?
RS:
Meus pais, Ana Lúcia e Francisco, se separaram quando eu tinha 2 anos. Minha mãe tinha que trabalhar e precisava me deixar com alguém. Fui criado pela minha madrinha até os 17 anos, mas minha mãe foi superpresente. Tive duas mães.
QUEM: E seu pai?
RS:
Meu pai foi muito ausente durante a minha vida. Hoje, somos muito unidos porque a família inteira trabalha e viaja comigo.
QUEM: Você começou e largou duas faculdades, de turismo e psicologia. Qual foi a reação da sua família?
RS:
Foi uma crise, até porque minha mãe se matava para conseguir pagar a faculdade. Até hoje ela fala: “Só não me conformo de o RODRIGO não ter se formado”. Mas entendo, na minha profissão você pode ser muito bem-sucedido ou muito fracassado.
QUEM: Pensou em desistir?
RS:
Você sempre tem medo de que não dê certo, tem vontade de desistir. Teve uma época em que fazia Os Suburbanos e não tinha dinheiro para pagar o empréstimo que minha mãe estava pagando.
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Rodrigo Sant'Anna (Foto: Zô Guimarães)
QUEM: Tem ídolos?RS: Miguel Falabella, sonho trabalhar com ele. Chico Anysio era um gênio. Por causa da timidez, ele passava no corredor e eu me escondia. Um dia, me chamou para conversar, disse que gostava do meu trabalho. Convidei o Chico para me ver no teatro, e ele foi de cadeira de rodas. Depois me disseram que foi o último espetáculo que viu.
QUEM: Sempre foi tímido?
RS:
Sim. Na escola, nunca me oferecia para ler. Encontrei com o Leandro Hassum, que me deu aula no Tablado, e ele disse: “Não sei o que você fez, porque você era muito ruim”. Eu era muito travado.
QUEM: Quando você “fica bandido”?
RS:
Com injustiça, fico bem bandido. E, no meio de amigos, quando estou mais à vontade.
QUEM: Você está namorando?
RS:
Agora não. De um tempo para cá, ando pensando em filhos.
QUEM: A profissão trouxe estabilidade financeira?
RS:
Trouxe estabilidade, mas trouxe responsabilidades, o condomínio que não existia e que tenho que pagar. Tirei minha mãe do subúrbio!
QUEM: Tem casa própria?
RS:
Sim. Mas não me deslumbro com o sucesso, com estar morando na Zona Sul. Acho incrível estar perto da praia, era um sonho de consumo, sempre tive que pegar ônibus para ir à praia.
QUEM: E hoje, que você mora perto da praia?
RS:
Não tenho tempo para ir à praia!
Rodrigo Sant'Anna (Foto: Zô Guimarães)
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28/01/2013 16h33 - ATUALIZADA EM: 29/01/2013 13h29 - POR ANA PAULA BAZOLLI; FOTOS DE FELIPE ONEILL

Totia Meireles: "Quando fiz 50, achei muito ruim" - Edição 645 (18/01/2013)

Aos 54 anos, atriz vibra com o sucesso de Wanda, a vilã que interpreta em "Salve Jorge". Casada há 21 anos com o médico Jaime Rabacov, ela dá graças a Deus por não ter tido filhos, afirma que não é tão vaidosa quanto gostaria e diz que se preocupa, sim, com o tempo. “Não estou nem um pouquinho a fim de fazer 60. Tomara que passe tudo bem devagar”

Totia Meireles (Foto: Felipe Oneill)
Maria Elvira, nome de batismo de Totia Meireles, está radiante. Aos 54 anos, após 27 anos de uma carreira vitoriosa, mas cheia de papéis secundários, e praticamente todos de moças do bem, o sucesso veio com Wanda, a perversa traficante de humanos da novela "Salve Jorge", da TV Globo. “Quero ser odiada mesmo. Sempre fiz a mãe boazinha, a amiga que todo mundo queria ter”, diz Totia.
Formada em educação física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professora de balé, até os 27 anos ela nunca havia pensado em ser atriz. Até que surgiu um teste para o musical "A Chorus Line" e, depois, um convite para um programa do Chico Anysio. Ali, Totia mudou de profissão, deixando para trás o sonho de montar uma academia de dança.
Totia Meireles (Foto: Felipe Oneill)
Casada há 21 anos com o médico Jaime Rabacov, 57 anos, Totia e o marido mantêm, há 19 anos, um relacionamento a distância durante a semana. Ela fica no apartamento do casal, na Zona Sul do Rio, e ele, no sítio em Miguel Pereira, no interior do estado. Aos sábados e domingos, os dois se encontram em um dos dois endereços e, segundo a atriz, dá tudo certo. Com sete irmãos, 19 sobrinhos e dois netos postiços, Santiago, 4 anos, e Pilar, 4 meses, filhos de Olívia, 35, de um relacionamento anterior de Jaime, ela, que não teve filhos biológicos, sente-se realizada como tia e também como mãe e avó emprestada. “Acho muito difícil para a mulher tomar a decisão de não ter filhos.”
QUEM: Wanda é sua primeira personagem de grande repercussão. Como é experimentar tanto sucesso aos 54 anos?
TOTIA MEIRELES:
É muito bom ver seu trabalho reconhecido. E é legal que a idade dá a maturidade de saber que isso é passageiro. Estou aproveitando enquanto a Wanda existe. Daqui a pouco, ela vai deixar de existir e vai vir outro personagem. Não tenho deslumbramento nenhum.

QUEM: Nunca existiu frustração por ainda não ter vivido uma protagonista?
TM:
Não tive ambição dentro da minha carreira na televisão, tive no teatro. Nunca tive uma frustração. Sempre aceitei muito bem. Acho que sou muito comodista nessa parte. O que a gente sempre quer é fazer bons personagens.

QUEM: Por que só decidiu ser atriz aos 27 anos?
TM:
Meu pai, José Meireles (falecido há 4 meses), era militar. Nasci no Rio, a gente se mudou para Pindamonhangaba (interior de São Paulo), e fomos para Cuiabá quando eu tinha 12 anos. Fiquei até os 15, 16, e voltei para o Rio para estudar. Fiz faculdade de educação física na UFRJ, para ter uma academia de balé. Ser atriz nunca passou pela minha cabeça. Comecei a dar aula de balé e fiz teste para o musical A Chorus Line, em 1983. Passei e adorei. A Globo me chamou para fazer o programa do Chico Anysio. E vi que eu era atriz, com 27 anos. Comecei velha porque já era professora, fazia faculdade para montar uma academia e comecei totalmente por acaso.

QUEM: Como está sendo viver a Wanda?
TM:
Minha família diz que sou muito melhor má do que boazinha. Estou experimentando um lado que nunca exercitei na TV, estou adorando. Quero ser odiada mesmo. Sempre fiz a mãe boazinha, a amiga que todo mundo queria ter. Já tinha feito mazinhas no teatro, mas não nesse grau. Acho que nem existe coisa pior do que a Wanda. Na cena dos bebês (em que a personagem negocia friamente recém-nascidos com uma suposta ladra de crianças que depois serão traficadas para o exterior), cheguei em casa com um nó na garganta, uma angústia. Fiquei muito mal depois e dei uma choradinha.
Totia Meireles (Foto: Felipe Oneill)

QUEM: Você está casada há 21 anos com Jaime, mas moram em casas separadas. Como funciona?
TM:
A gente casou e o sonho dele sempre foi morar em um sítio, então, comprou um terreno em Miguel Pereira e fomos construindo aos poucos. Tivemos um assalto lá em casa, acordamos com revólver na cabeça... Ele ficou meio traumatizado e disse que ia se mudar para Miguel Pereira. Eu disse que não podia, fica a 1 hora e 40 minutos do Rio, eu estava trabalhando. Mas era o sonho da vida dele e eu dei a maior força. De jeito nenhum pensamos em nos separar. Ele mora lá e nos fins de semana eu vou ou ele vem. Já tem uns 19 anos desse jeito, e tudo dá certo. Não sou rural, de ficar escutando passarinho. Mas minha casa é lá também. Tomo conta das duas. Homem não liga muito para coisas de casa.

QUEM: Esse seria o segredo para uma relação duradoura?
TM:
Depois de 20 e poucos anos, tem o desgaste, é difícil. Isso a gente não tem. Acaba sendo um namoro, mas mesmo sendo só nos fins de semana acaba virando uma rotina ver o seu marido só naqueles dias. Quando vamos viajar, pensamos “será que vamos aguentar ficar um mês juntos?” (risos).

QUEM: E o ciúme?
TM:
Acho o ciúme dele normal, nada que me impeça de fazer nada. Acho que sou mais ciumenta. O Jaime é uma pessoa adorável, realmente tirei a sorte grande. Não há cobranças entre a gente, acho que isso é maturidade dos dois. A gente nunca brigou, um respeita o outro.

QUEM: Com duas casas, como as contas são divididas?
TM:
Não tem o meu e o seu. É tudo misturado. Ele paga uma coisa, eu outra. O que ele ganha com o que eu ganho é tudo o que a gente tem para viver e pronto. Sempre deu certo.
Totia Meireles (Foto: Felipe Oneill)

QUEM: Com tanto tempo de casamento, ainda existe romantismo?
TM:
Quando uma cena sai legal, ele manda flores. Comemoramos tudo. Sou louca por datas. Gosto de comemorar aniversário, namoro, casamento. Não consigo me ver longe dele. Velhinha ficará mais difícil de ficar indo e voltando, mas a gente ainda tem essa efervescência, tem muito por fazer. Ainda quero trabalhar até muito velha, não sei qual será a nossa relação, mas estaremos juntos.

QUEM: Por que não teve filhos?
TM:
Acho muito difícil para a mulher tomar a decisão de não ter filhos. Tentei engravidar aos 36 anos, fiz um tratamento que estimula a ovulação. Sempre quis ter filhos, mas, quando veio a menstruação, percebi que era um sinal, que eu não queria ser mãe. Dou graças a Deus por não ter tido. Não queria cuidar, acordar de madrugada, ter essa responsabilidade. Filho é para quando você é nova. Filho você não desliga e pendura no armário.
Veja mais (Foto: Revista QUEM)
QUEM: Você está muito bem para a sua idade. Já fez plástica?
TM:
Fiz um minilifting no pescoço, tinha um papinho que odiava. Também fiz botox e preenchimento. Queria colocar silicone, mas depois desisti. Não sou muito vaidosa, queria ser muito mais. Eu tenho a pele de quem tem 54 anos, sim. Comecei a me cuidar muito tarde, era aquela que ia à praia e descascava inteira. Com quase 40, comecei a me cuidar mesmo. Gosto de malhar de manhã. Faço corrida, escada e transport. Tenho personal trainer três vezes por semana. Continuo fazendo balé, mas há dois meses não vou.

QUEM: Você já declarou que estava louca para fazer 50 anos e depois disse que não está gostando. Como é isso?
TM:
Quando fiz 40, tive crise dos 40. Não queria. Mas, os 50, estava louca para fazer. Acho bonito uma mulher fazer 50, traz uma maturidade, você não tem que ser tão esticadinha, pode ter rugas. Mas, quando fiz 50, achei muito ruim, não é esse glamour (risos). Agora acostumei. Melhor fazer 50 do que não fazer, né? Mas não estou nem um pouquinho a fim de fazer 60. Tomara que passe tudo bem devagar.
Totia Meireles (Foto: Felipe Oneill)

Xuxa: "Não tenho mais todo o tempo do mundo" - Edição 643 (04/01/2013)

Apresentadora faz um balanço do ano que passou, fala que ficou mais seletiva com a proximidade dos 50 anos, que completará em 2013, e diz que não gosta de botox. “Essas coisas começam a viciar, sabe? Eu não quero isso”

Xuxa (Foto: Blad Meneghel)
Xuxa pousa em São Paulo, a bordo de um jatinho, em um hangar do Aeroporto de Congonhas. Loira novamente, depois de um período morena, ela encontra-se com a equipe de QUEM. Durante o papo, a apresentadora faz um balanço do ano que passou e revela que conseguiu fazer uma viagem de férias de dez dias a Las Vegas com a mãe, dona Alda, que se submeteu a uma cirurgia para controlar o mal de Parkinson, em junho. Frequentemente apontada como uma das mulheres mais bonitas do país, ela diz que não gosta de botox e fala sobre a chegada dos 50 anos, que completa em março. Solteira, afirma também que os homens se assustam com mulheres independentes. “Na boa, os caras falam por aí: ‘Vou adorar o dia em que encontrar uma mulher que só queira namorar, que não queira nada sério logo de cara’. É a maior mentira! Se eu venho com o papo de que não quero compromisso, os caras vazam”, conta ela, entre compromissos agendados para a Wella, marca da qual é embaixadora.

QUEM: Teve um ano bom?
Xuxa Meneghel:
Para fechar, só faltava ter saído a lei (para proibir os pais e responsáveis de abusar fisicamente das crianças). O mundo não acabou mesmo, então, temos mais é que assinar a lei logo para começar um mundo melhor... (Xuxa para e olha para crianças que atravessam a rua brincando). É para melhorar o futuro deles. Olha, estão comendo manga verde! É bom demais. Tem gente que bota sal na manga para comer. (Os meninos pulam um muro) Deve ter mais frutas lá do outro lado. Eu era assim. Sabia tudo que tinha de frutas na casa do lado. Tinha um pessoal que só ia para aquela casa em dezembro e julho, eu pensava “poxa, não vamos deixar as frutas estragar”. E pulava o muro para comer! É pecado perder comida. Mas as pessoas não entendiam meu propósito (risos). E ficavam bravas.

QUEM: E 2013 é o ano de seus 50 anos. Quando era criança, como imaginava que seria aos 50 anos?
XM:
Eu me imaginava velha, acabada! Eu dizia assim: “Quando eu tiver 20 anos, vou ser uma mulher. Quando tiver 30, uma senhora. Quando tiver 40, uma velha. E 50, uma vovó” (risos). Agora, estou com 50 e não me acho uma vovó. Me acho uma jovem senhora. Mas os 50 não são mais como antigamente. Os 50 anos representam muito tempo para quem tem apenas 5 ou 6 anos. Quando as crianças perguntam a minha idade, elas falam: “Caraca! Como tu é velha!” (risos).

QUEM: As mulheres de 50 anos hoje são muito diferentes...
XM:
As cinquentinhas são muito mais bem tratadas hoje em dia. Imagine se uma mulher de 54 anos ia estar dançando como a Madonna dança? E a (personal trainer) Solange Frazão, aos 50, com aquela barriga? É a profissão dela, tudo bem, mas há 40 anos a gente não imaginava isso, não.

QUEM: Você está muito bonita. O que está fazendo?
XM:
Nada! Tinha que tomar vergonha na cara e fazer tudo. Mas não faço nada (risos). O que faço é, às vezes, ir na doutora Karla Assed, que é minha dermatologista. Mas algumas vezes ela cisma de querer botar umas coisas que não quero, pelo menos por enquanto. Vou tentar passar sem.

QUEM: Do que está falando?
XM:
Botox. Eu não gosto disso.

QUEM: Já colocou alguma vez?
XM:
Quando fui botar o peito (implante de silicone, no final dos anos 90), eu estava anestesiada e fizeram. Acordei e a mulher disse: “Fiz uma surpresa para você”. Essa surpresa, que foi o botox, me deixou muito chateada. Jurei que não ia mais fazer.

QUEM: Por qual motivo?
XM
: Achei que fiquei paralisada. Não gosto disso. Ainda mais eu, que sou careteira. E acho que a gente perde a mão, sabe? Essas coisas começam a viciar. Eu não quero fazer isso.

QUEM: Você está solteira. Sente falta de um namorado?
XM:
Sinto, claro! Alguém que me entenda, que me compreenda.
Xuxa  (Foto: Blad Meneghel)

QUEM: E isso é difícil?
XM:
Na boa, os caras falam por aí: “Vou adorar o dia em que encontrar uma mulher que só queira namorar, que não queira nada sério logo de cara”. É a maior mentira! Se eu venho com papo de que não quero compromisso, os caras vazam.

QUEM: O que é te compreender?
XM:
Aceitar a pouca liberdade que tenho. Aceitar meu trabalho. Sou mãe, vou colocar minha filha na frente. Tenho meu trabalho e não posso, nem quero, abrir mão dele. Não vou deixar de fazer o show para dar uma saidinha para conhecer melhor o cara. Alô! Com 50 anos eu vou fazer isso?! Se fizesse aos 20, falariam: “Que inconsequente” (risos). Agora não dá! E com 50 anos você não namora – você se relaciona. E, para se relacionar com alguém, toma um tempo. É questão de respeito. Quando se chega aos 50 anos, você se respeita mais e quer mais respeito das pessoas.

QUEM: Você sente que mudou muito dos 20 anos para cá?
XM:
Bastante! Dos 20 para os 30 eu era “deixa a vida me levar, vida leva eu”. Com 20 anos, você está na vida. Aos 30, você para e pensa o que você quer da vida. Aos 40, pensa o que conseguiu da vida. Aos 50, é bom parar e ver o que vai fazer daí para a frente. É seleção. Prudência. Não vou perder tempo com coisas que não valem a pena. Agora, eu quero saber de tudo. Preciso saber das escolhas, dos caminhos. Se vai valer a pena. No que me acrescenta. Não tenho mais todo o tempo do mundo. Não dá para dizer “deixa, que ano que vem eu faço”. Como assim, ano que vem? Não sei o que vai acontecer no ano que vem. Quando se chega a uma certa idade, você seleciona mais as coisas.

QUEM: Se está de folga, como é a noite perfeita para você?
XM:
Eu vejo filmes em casa. Vejo um atrás do outro. Adoro ficar com minha mãe jogando buraco. Adoro! Fico jogando até no computador. Encontro as pessoas e jogo ali, na hora. Minha mãe que me viciou.

QUEM: Você se identifica quando entra na Internet?
XM:
Eles não sabem que sou eu. Uma vez, tinha uma mulher que botou uma foto de cabelinho curto, loira. E eu falei: “Vai, Xuxa, joga” (risos). E a mulher disse: “Queria tanto ter o cabelo e a cara dela. Obrigada por ter me chamado de Xuxa, parceira”. Aí, o outro falou: “Eu não gosto dela, não”. Aí, eu disse: “Também não gosto. Gosto de algumas coisas dela, mas nem tudo”. Aí, a outra falou: “Não fala mal dela, ela está fazendo um trabalho legal com crianças”. E eu larguei para ver o que iam falar de mim (risos)! Quando entro em bate-papo e é criança, eu falo que sou eu.

QUEM: E elas acreditam?
XM:
Não! Mas já até telefonei para provar que era eu mesma.
Veja mais (Foto: Revista QUEM)

QUEM: O que mudaria em você?
XM:
Visualmente, queria ter mais cabelo. Como pessoa, vivo em um lugar onde a maioria gosta de sair à noite, beber... E eu não bebo, não fumo. Acho que precisaria ser um pouquinho mais social. Não sou uma boa companhia. Para viver no meio do mato estava bom, mas para viver com as pessoas, é mais difícil. Nem de um vinho eu gosto. Meu organismo não suporta.

QUEM: Mas já bebeu?
XM:
Tentei, quando era jovenzinha, ficar bêbada. E entrei em coma. Foram três dias e só depois acordei. Tenho intolerância ao álcool. Ou seja, não é algo que eu quero: meu organismo é assim. Se como sal, incha. Se como bicho, não digere. Se bebo, passo muito mal. Não gosto de cheiro de cigarro. Aí, penso “caraca, como tu é chata!” (risos). Então, às vezes, me olham estranho. Não gosto que as pessoas digam que sou de outro planeta por causa disso, sabe? Não me sinto bem. É outra tribo. Então, acabo ficando muito em casa, com meus bichos. Crianças e bichos me aceitam assim. É por isso que tenho essa ligação com eles.

QUEM: Sasha está na adolescência. Já pensou que ela pode ter contato com bebida?
XM:
É natural, não é? Mas fico mais preocupada com a cabeça dela. Tenho medo de ela ficar com tanto medo de me decepcionar e acabar se machucando. Sei o quanto é importante fazer parte de uma tribo nessa idade. Que a tribo aceite a gente. É importante fazer parte da comunidade. É muito importante. E não sei o que vai rolar na cabeça dela. Não quero que ela tenha medo de mim. Mas ela sabe que, se isso rolar, ela vai me decepcionar muito. Está em mim. Ela me conhece. Ela me vê falando às pessoas, por exemplo, “por que você fuma? É fedorento! Isso vai te matar”. Eu fui levar minha mãe para Las Vegas e, enquanto ela jogava, botei um paninho na cara para tentar me proteger da fumaça, meio Michael Jackson (risos).

QUEM: Você conseguiu viajar com ela?
XM:
Nossa! Consegui... Minha mãe ficou tão feliz, mas tão feliz que... Nossa Senhora! Todo mundo botou o dedo na minha cara, dizendo que eu faria uma coisa louca, que não ia dar certo. E deu tudo certo, graças a Deus!

QUEM: E dona Alda melhorou depois da operação?
XM:
Não piorou nem melhorou. Mas o problema está controlado. Ela queria muito viajar. Disseram que poderia dar errado, mas deu tudo certo. Ela ganhou 8 mil dólares na roleta logo no primeiro dia! E depois gastou tudo, claro. Ela gosta dessas coisas. Foram dez dias, eu e ela. E foi muito bom. Ela disse que passou muito rápido. A mãe está feliz.

QUEM: O que vai levar de 2012?
XM:
O sorriso da minha mãe, mesmo tendo Parkinson adiantado, quando fiquei morena. Quem tem algum familiar com Parkinson sabe como é difícil arrancar um sorriso, essa emoção. Eles ficam presos ao corpo. A cabeça funciona bem e o corpo não reage do jeito que eles querem. Então, se ela se emocionou, quer dizer que ela estava dando gargalhadas por dentro. E eu tirei isso dela. Eu dei isso a ela (os olhos ficam com lágrimas e a voz, embargada).

QUEM: Como foi voltar a ser loira?
XM:
Quando estava pintando o cabelo de volta para o loiro, minha mãe ficava assim com o dedinho (e faz sinal de negativo). Eu sabia que ela gostava da filha morena, mas não sabia que era tanto assim (risos)! Antes, ela falou uma frase da qual eu nunca vou esquecer: “Quando você vai voltar a ser dos outros, loira? Morena você é minha”.
Xuxa (Foto: Blad Meneghel)

Glória Menezes: "Nós ainda namoramos muito" - Edição 640 (14/12/2012)

Atriz, que vive a Violeta do seriado "Louco por Elas", declara seu amor a Tarcísio Meira, seu companheiro há 50 anos. Aos 78 anos, em cartaz com a peça "Ensina-me a Viver", sobre a paixão de uma mulher de 80 anos e um rapaz de 18, ela diz que o bom senso e a paciência unem um casal e que nunca pensou em separação - Por Roberta Cerasoli

Glória Menezes (Foto: Tomás Rangel)
A primeira imagem do palco foi aos 5 anos. A menina Nilcedes de Magalhães embarcou com os pais em um navio que saía do Rio Grande do Sul, onde nasceu, para o Rio de Janeiro. Na embarcação, a diretora de uma companhia argentina de teatro esperava a mãe da menina, Mercedes, colocá-la para dormir à tarde para pegá-la escondida e levá-la aos ensaios. Depois de três dias, os pais tiveram uma surpresa: a filha estava toda feliz em cima do palco durante a peça apresentada ao fim da viagem. Furiosa, Mercedes tirou a menina de lá e brigou com a diretora, que disse: “A senhora não vai poder tirar isso da sua filha”. Ali já nascia Glória Menezes, hoje com 78 anos. A estrela da primeira telenovela brasileira, 2-5499 Ocupado (1963), na TV Excelsior, tinha certeza de que queria viver para a arte – e faz isso há 53 anos. Com 15, ganhou uma bolsa para estudar piano em Paris, mas os pais não a deixaram viajar. Aos 17, acabou se casando com o primo Arnaldo Britto, que a deixou fazer a Escola de Arte Dramática. Dos oito anos de união nasceram Maria Amélia e João Paulo, depois quatro netos e dois bisnetos.

Foi no teatro também que ela foi vista pela primeira vez por seu grande amor, Tarcísio Meira. Ele estava ensaiando uma peça quando viu Glória atravessar o palco, apressada. “Ele conta que pensou ‘meu Deus do céu...’”, diverte-se a atriz. Em pouco tempo, estavam morando juntos e tornaram-se pais de Tarcísio Filho, de 48 anos. Hoje, Glória concilia as gravações da dona Violeta, do seriado "Louco por Elas", da TV Globo, com as apresentações da peça "Ensina-me a Viver", em que interpreta uma senhora de 80 anos que atrai um rapaz de 18. Tal aventura, porém, só é possível no palco. Na vida real, além de Tarcísio, ninguém a balançou. “Eu tinha um homem gostoso e bonito do meu lado. Os outros são todos menos que ele”, afirma, sentada em um dos sofás de seu amplo apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
QUEM: "Ensina-me a Viver" está completando cinco anos em cartaz. Qual é o segredo do sucesso?
Glória Menezes:
É uma história de relacionamento muito bonita. Uma jovem de 80 com um velho de 18 (risos). Mas não é que ele seja velho, é um jovem que a mãe oprime, é chata, castradora, e, de repente, ele encontra uma pessoa de 80 anos com uma liberdade total e absoluta para tudo. Os dois acabam se apaixonando mesmo.

QUEM: Na sua vida caberia um amor assim?
GM:
Acho que não. A Maude (personagem da peça) teve cinco maridos, é sozinha, não tem filho, neto, bisneto. É uma revolucionária.

QUEM: Com o que você aprendeu a viver?
GM:
Com os tropeços. Os erros, apesar de fazerem a gente sofrer, ensinam. Para mim, o mais difícil é a convivência a dois e o respeito pelo individualismo do outro.

QUEM: Você e o Tarcísio, que são muito diferentes, são um exemplo disso?
GM:
Estamos juntos porque nos amamos. Porque, quando o amor termina, termina tudo. O bom senso, a paciência, tudo que une um casal. A tolerância vem do amor.

QUEM: Como viu o Tarcísio pela primeira vez?
GM:
Um dia, fui falar com o Antunes (Filho, diretor), em 1960, quando fui fazer As Bruxas de Salém, e Tarcísio estava ensaiando outra peça. Quando cruzei o palco, ele conta que pensou “meu Deus do céu...” (risos). Minha imagem chamou a atenção dele.

QUEM: Foi um namoro moderno?
GM:
Sim, claro, eu era uma mulher separada. Não tinha por que não ser um namoro moderno.

QUEM: Você era uma mulher bonita, ele era um deus.
GM:
(Interrompe, aos risos) Ele era mesmo, um deus!

QUEM: Como lidava com isso?
GM:
Não sou uma pessoa naturalmente ciumenta e isso me facilitou, porque, se ele casa com uma mulher ciumenta, ia ser pesado. A mulherada dava muito em cima dele. Uma vez, estava grávida do Tarcisinho. A empregada avisou que tinha uma mulher, amiga de uma conhecida nossa, querendo falar com o Tarcísio. Eram 11h da manhã. Ele desceu e eu vi, de cima da escada, que a mulher estava dando em cima dele dentro da minha casa. Pensei “não estou acreditando!”.
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Glória Menezes (Foto: Tomás Rangel)
QUEM: E ele?
GM:
Muito sem graça. Desci, abri a porta e disse: “Rua!”. Ainda vi a mulher de costas, com uma calça branca apertada, me lembro até da bunda dela indo embora.

QUEM: O amor se transforma ao longo dos anos. Como viu isso passar?
GM:
Não posso dizer que reconhecia que o estava amando de um modo diferente. Só sei que nós dois temos prazer de estar juntos, somos cúmplices na vida.

QUEM: Vocês nunca pensaram em separação?
GM:
Nunca. A gente briga, mas dormir fora de casa, brigado, nunca!

QUEM: Ainda namoram?
GM:
Ah, nós ainda namoramos muito.

QUEM: Você já disse que não bota sua mão no fogo por homem nenhum.
GM:
E não boto mesmo. Acho que isso não tem nada a ver com amor. O homem, às vezes, tem necessidade de dar uma trepada fora do casamento. Tem um tesão por não sei o quê. Já nós, mulheres, precisamos ser envolvidas, ter amor. Na cabeça do homem, esse tipo de coisa com outra mulher não tem verdade, nem é para ser levado em consideração. Graças a Deus que penso assim. E nunca fui atrás de saber nada.

QUEM: E já traiu?
GM:
Não! Eu tinha um homem gostoso e bonito do meu lado. Os outros são todos menos que ele.

QUEM: Como é a relação do Tarcísio com seus filhos do primeiro casamento?
GM:
Maravilhosa! Adoram ele, tanto os netos como os filhos. Para os netos, ele virou o vô Dindo, porque é padrinho do Gustavo (o mais velho). Já para os bisnetos, é biso.

QUEM: Como você foi como mãe?
GM:
Fui mãe muito cedo. Era meio criança nos primeiros filhos. E, com o Tarcisinho, dez anos depois, acho até que ele tenha sofrido mais, porque eu e Tarcísio estávamos no auge.

QUEM: Você se perdoou pelas possíveis falhas como mãe?
GM:
Sim, porque vejo que meus filhos gostam tanto de mim (emociona-se)! O Tarcisinho me liga tanto, me chama de mãe menininha. Os mais velhos também, meus netos gostam muito de mim. Se eles se manifestam com tanto carinho, é porque a vida da gente é um espelho. Se você dá um tiro de flor, recebe flor. Se dá um tiro de bala, recebe bala.

QUEM: Por que só tiveram o Tarcisinho?
GM:
Fiquei devendo a Priscila para o Tarcísio. Ele queria uma menina, já tínhamos até escolhido o nome, mas aí a profissão atrapalhou, ficou em primeiro lugar, fomos deixando mais para a frente e, quando vimos, não dava mais.

QUEM: Você se cuida?
GM
: Sim, todo dia ando meia hora na esteira, faço musculação e alongamento.

QUEM: Como vê esse culto à beleza, as plásticas excessivas?
GM:
Isso é tudo bobagem. Fiz plástica até os 40 anos e acabou. Dei uma puxadinha no rosto, aumentei a testa e só. Ah, quando fiz o filme O Pagador de Promessas e olhei meu nariz e reparei que ele mexia a ponta quando eu falava, fiz plástica no nariz para ele não mexer mais. Ficou ótimo. E coloco botox em cima da sobrancelha direita porque ela sobe muito e fico com a cara torta.

QUEM: Tem medo da morte?
GM:
Não. Tenho medo de perder as pessoas que amo. Senti muito a morte da Hebe (chora). Ela morreu sem saber o quanto eu a achava importante. Nós nos encontrávamos na casa do Faustão e ela dizia que precisávamos nos ver na casa dela para um chá e nunca fizemos isso. Penso nela constantemente.

QUEM: Que balanço faz da sua vida?
GM:
Eu sou uma privilegiada. Só tenho o que agradecer, porque, se tive momentos difíceis, os momentos de glória foram tantos que é uma sacanagem se eu começar a mencionar as pequenas coisas difíceis que tive.
Glória Menezes (Foto: Tomás Rangel)

Maria Clara Gueiros: "Gente sem noção tira meu humor" - Edição 643 (04/01/2013)

Atriz, que está no elenco da novela "Lado a Lado", respondeu às perguntas dos leitores enviadas ao site de QUEM

Maria Clara Gueiros (Foto: Stefano Martini)
É quase impossível olhar para Maria Clara Gueiros e não pensar “vem cá, eu te conheço?”. O bordão de Laura, personagem surgida no "Zorra Total", em 2004, a marca até hoje. Vinda do teatro, a atriz, de 47 anos, emplacou na TV Globo com o humorístico e, logo depois, ingressou nas novelas. Atualmente, está no ar em "Lado a Lado", vivendo Neusinha, uma atriz invejosa e engraçada. O bom humor, aliás, permeia tudo que Maria Clara faz. Ela só não atura gente “mal-educada e sem noção”. Também bailarina e psicóloga, ela recebeu o repórter Anderson Dezan, no Rio de Janeiro, para responder às perguntas dos leitores enviadas ao site de QUEM.
1 - Em casa, você também tem esse lado cômico? O que tira seu humor?
Carlos Pereira, Porto Alegre (RS)
Sou bem-humorada, mas também séria e compenetrada. Tenho dois filhos (João, 18 anos, e Bruno, 15) e não dá para criá-los na palhaçada (risos). E gente mal-educada e sem noção tira meu humor.
Maria Clara Gueiros (Foto: Stefano Martini)
2 - O que o sucesso trouxe de bom e ruim?
Patrícia Oliveira, Rio de Janeiro (RJ)
De bom, trouxe estabilidade financeira. De ruim, trouxe a exposição. Gosto de estar no palco, em frente às câmeras, mas não gosto de ter minha vida observada. Em cena, estou protegida pela personagem e me dou o direito de fazer várias coisas. Como pessoa, sou tímida.

3 - Você ainda ouve o bordão “vem cá, eu te conheço?” O que essa personagem representou?
Marcos da Rocha, Santos Dumont (MG)
Direto! A Laura trouxe uma mudança total na minha carreira. Fazia teatro havia 17 anos e, com ela, pude viver do trabalho de atriz e fiquei conhecida do público. Tive que aprender novos códigos de comportamento, de como lidar com os fãs, com pessoas rindo para mim na rua.

4 - O que fazia antes de viver da profissão de atriz? Pensou em desistir?
Luciana Ferreira, São Paulo (SP)
Para complementar a renda, fazia e vendia tortas e traduzia livros. Mas tenho que ressaltar que o Bernardo (Jablonski, diretor teatral morto em outubro de 2011) foi um supermarido. Ele me deu suporte esses anos, mesmo depois que nos separamos. Só me banquei quando comecei no Zorra Total. Teve uma época em que vi que não podia ser sustentada a vida toda, mas aí minha carreira deu uma guinada.

5 - Você se incomoda em ser vista como comediante em vez de atriz?
Luana Azevedo, Barbacena (MG)
Imagina, tenho orgulho de sustentar minha casa sendo comediante! Esse é um preconceito que vem dos outros. Podem me chamar de atriz, comediante. Sou tudo. Ser comediante não é algo menor do que ser atriz.

6 - Você já se viu fazendo uma personagem supermá? Tem alguma que gostaria de interpretar?
Patrícia Sitolini, Rio Claro (SP)
No teatro, fiz a Bruxa Má do Oeste em O Mágico de Oz, mas dei um molho de comédia. O humor deixa o malvado mais simpático. Mas tenho, sim, vontade de fazer uma personagem como a Carminha, de Avenida Brasil, ou a Odete Roitamnn, de Vale Tudo. Dá para ser má com humor.
Maria Clara Gueiros (Foto: Stefano Martini)
7 - Para muitos, a atuação do teatro é diferente da TV. Seu papel atual é uma mescla das duas atuações, já que é uma personagem de TV que é atriz de teatro? Onde você prefere atuar?
Tathiane Panziera, por e-mail
A atuação no teatro é mais expansiva. Na TV, é menor. Por isso, faço mais contido e, quando tem cena de teatro na novela, exagero. Eu amo teatro e TV. Faço teatro há 25 anos, e a TV, eu descobri com o Zorra Total e me encantei. Mas é no teatro que o ator exerce mais seu ofício. Se errou, improvisa. Na TV, você pode recortar ou refazer.

8 - Você está solteira? Tem vontade de se casar novamente?
Vilma Silva, Curitiba (PR)
Fui casada por 16 anos com Bernardo Jablonski e estou namorando o (artista plástico) Edgar Duvivier. A gente se dá hiperbem cada um morando em sua casa. Não é que não pense em me casar, mas é tão bom você ter sua casa para não invadir o espaço do outro!

9 - Depois da Bibi, de Insensato Coração (2011), você passou a ser mais cantada? Você se relacionaria com homens mais novos?
Juliana Martins, Belo Horizonte (MG)
Não passei a ser mais cantada (risos)! E não teria nada contra me relacionar com homens mais novos. Sou a favor do amor, das relações entre quem se dá bem.

10 - Você disse uma vez que só entra no palco com o pé esquerdo. Se considera supersticiosa?
Valmir Lima, Votuporanga (SP)
Muito! Até procuro ser discreta para meus amigos não perceberem. Não tenho nada contra gato preto e passo embaixo de escada. Minhas superstições são coisas peculiares que fazem lógica para mim.
Veja mais (Foto: Revista QUEM)

Maria Clara Gueiros (Foto: Stefano Martini)

Munhoz e Mariano: “As fãs mais doidas podem continuar assim” - Edição 644 (11/01/2013)

Cantores afirmam que assédio "assusta um pouco"

Munhoz e Mariano (Foto: Marcelo Corrêa/Editora Globo)
Amigos há 20 anos, Raphael Calux Munhoz Pinheiro e Ricardo Mariano Bijos Gomes não imaginaram que a brincadeira de tocar nos bares de Campo Grande (MS) se tornaria assunto sério. Munhoz cursava faculdade de administração rural, e Mariano, zootecnia. Até que, em 2007, fizeram seu primeiro grande show e não pararam mais. Dois anos depois, o nome da dupla ficou marcado com o primeiro CD, Munhoz & Mariano. Daí em diante, veio o sucesso. Venceram, em 2010, o concurso Garagem do Faustão do programa dominical da TV Globo. Mas a grande transformação da dupla aconteceu depois do hit Camaro Amarelo. Os cantores de 26 anos se sentem realizados com o sucesso e o assédio das meninas, até mesmo as mais atiradas. “As fãs mais doidas podem continuar assim que a gente gosta”, diz Munhoz, que ao lado de seu parceiro de dupla encontrou o repórter Pedro Moraes, na Praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, para responder às perguntas enviadas pelos leitores ao site de QUEM.
O envolvimento deles com as fãs é tanto que os rapazes preferem não assumir publicamente seus relacionamentos, como é o caso de Mariano, que, segundo pessoas próximas à dupla, está “conhecendo melhor” a apresentadora Nadja Haddad, de 30 anos, da Band.
Munhoz e Mariano posam na praia da Barra da Tijuca, no Rio (Foto: Marcelo Corrêa/Editora Globo)
1. Como foi a infância e a adolescência de vocês? Como aproveitaram?
Pedro Henrique Bacini,
José Bonifácio (SP)
Munhoz:
Curti bastante, viajava para Balneário Camboriú. Na rua em que eu e o Mariano brincávamos, era muito bom. Éramos uns oito meninos. Somos amigos até hoje, graças a Deus. Quando estamos em Campo Grande, reunimos todos os meninos.
Mariano: A minha infância foi a melhor possível. Brinquei muito, a gente não pegou essa era da tecnologia e a gente brincava na rua, jogava bola, era muito arteiro. Somos amigos de infância e as nossas mães proibiam um de sair com o outro de tanta arte que a gente fazia.
2. Que tipo de mulher preferem? O que uma mulher precisa para conquistá-los?
Ignêz Pinto
, Rio de Janeiro (RJ)
Munhoz:
Gosto de saber como a mulher realmente é. Tem que ser fiel, companheira, tem que entender nosso trabalho. E gosto da mulher que tenha um pouco de ciúme, mas que não seja doentio.
Mariano: Não tem um tipo específico assim. A mulher tem que ser feminina, companheira, fiel. Atrativos físicos não avalio muito, o importante é o caráter. Mas as morenas sempre me chamaram a atenção.
3. O que acham das loucuras das fãs? O que têm a dizer para as mais enlouquecidas?
Flávia Oliveira
, Arujá (SP)
Munhoz:
Acho muito legal. Nunca imaginávamos que ia acontecer nada disso. Não apareciam tantas mulheres antes. Aparecia uma ou outra perdida na turma. Depois da fama, mudou tudo. As fãs mais doidas podem continuar assim que a gente gosta.
Mariano: Para nós, isso é tudo! A gente tem um diferencial desde o início que é o contato com as fãs. Nossa desenvoltura no palco nos tornou sex symbols. A gente compreende da melhor forma possível esse assédio mais agressivo. Se estamos sendo muito assediados, significa que conquistamos o reconhecimento do nosso trabalho.
Munhoz e MAriano (Foto: Marcelo Corrêa/Editora Globo)
4. O sucesso assusta vocês? O que mais mudou?
Angélica Arenghe
, Jaguariúna (SP)
Munhoz:
Bastante. Sou mais quietão, então, assusta. Meu pai diz que a ficha não pode cair. Que no momento em que eu achar que sou o cara, acabo perdendo a essência. Se a ficha não cair, sempre terei uma meta para alcançar. O que mais mudou foi o reconhecimento na rua.
Mariano: Não vou mentir, assusta um pouco. Venho de família muito humilde, trabalho desde os 9 anos (entregando as quentinhas que a mãe fazia). E as coisas aconteceram de forma precoce. Nós nos dedicamos à música só há quatro anos. Temos um alicerce bom. O sucesso foi chegando aos poucos, música por música, desde que vencemos o quadro Garagem do Faustão, em 2010. O sucesso de Camaro Amarelo foi muito forte. O que me assusta de verdade é a falsidade que existe em nosso meio, a aproximação das pessoas por interesse, e a falta de privacidade. Mas tem a coisa boa... Há dois meses, consegui aposentar meus pais, que faziam quentinhas para vender.
5. Vocês se arrependem de algo na vida?
Amanda Viana,
Maceió (AL)
Munhoz:
De não ter curtido mais ainda o que não posso fazer agora, como sair com os amigos, por exemplo. Não tenho mais esse tempo e essa privacidade.
Mariano: Eu me arrependo das coisas que não faço. Sou um guri que pensa que o “não” eu já tenho. Prefiro, às vezes, errar a dormir com um ponto de interrogação na cabeça. Sempre tento convencer o Munhoz e nosso empresário com minhas ideias.
6. Surgiram boatos de que vocês estariam com namoradas. Se um dia estiverem namorando de verdade, contariam primeiro para as fãs?
Taís Rodrigues,
Santa Cruz das Palmeiras (SP)
Munhoz:
Contaria que estou namorando, sem problema nenhum. Mas não diria quem é. Eu a privaria ao máximo da exposição. Meu último namoro acabou exatamente por isso.
Mariano: Minha prioridade hoje são minhas fãs. Criamos essa relação e todo mundo pergunta esse lance de namorar. Mas acho que este não é o momento de me envolver seriamente. É claro que temos nossa vida pessoal, mas, quando acontecer mesmo, minhas fãs vão ficar sabendo.
Munhoz e Mariano (Foto: Marcelo Corrêa/Editora Globo)
7. Vocês planejam uma carreira internacional?
Fátima Camargo,
Itirapina (SP)
Munhoz:
Nunca imaginei tocar fora do país. Aliás, esse não é nosso foco. Mas vamos tocar em colônias brasileiras, para nosso público que não pode nos ver aqui. Vai ser legal ir lá, vamos nos divertir.
Mariano: A gente tem, em fevereiro, quatro shows marcados nos Estados Unidos, em Miami, Boston, Atlanta e Newark. Nunca me imaginei nem viajando para o exterior. Vai ser a primeira oportunidade nossa. Começamos a tocar em troca de cerveja, agora, vamos fazer shows em outro país. Vamos um pouco antes para curtir.
8. O que mudou na amizade de vocês da época dos barzinhos até hoje?
Karen Oliveira,
São Paulo (SP)
Munhoz:
A dança. Antes a gente não dançava. O Mariano é praticamente meu professor. A ideia de começarmos a dançar foi dele e, na verdade, eu acho que ele veio da Bahia. Ou era gogo boy e mente para a gente (risos). Do nada, ele começou a rebolar, foi dando certo e fui vendo que ia ter que fazer também, ou ia ficar para trás.
Mariano: Nossa amizade só se fortalece a cada dia. O Munhoz é mais que meu amigo, meu irmão, meu parceiro de trabalho. Eu dependo dele para tudo. A gente nunca brigou pessoalmente, nos 20 anos de amizade. Nós nos entendemos com um olhar. No primeiro “bom dia” já sei como ele está.
9. Vocês têm alguma superstição ou mania antes de entrar no palco?
Ana Carolina Lando
, São Carlos (SP)
Munhoz:
Eu Rezo. Na verdade, entro de um lado do palco e ele, do outro. Agora, ganhei uma Bíblia e tenho lido. Sempre antes de entrar no palco, rezo uma Ave-Maria e um Pai-Nosso.
Mariano: Não sou muito religioso, mas fui criado no catolicismo. Fui batizado, fiz comunhão e crisma. Antes de entrar no palco, a gente reza e pede para dar tudo certo. Toda a equipe faz uma oração bem bacana quando saímos de viagem e quando retornamos.
10. Vocês são de Campo Grande. Atualmente, com a agenda de shows cheia, do que vocês sentem mais falta da nossa cidade?
Ariadne da Silva
, Campo Grande (MS)
Munhoz:
Eu sou fanático por pescar. Sou pescador de peixe grande. É difícil encontrar tempo para ir pescar. Quando vou a Campo Grande, arrumo um dia para ir pescar com meu pai. O Mariano já foi comigo, mas ele não tem paciência.
Mariano: Eu sou suspeito, porque sou apaixonado por Campo Grande. Acho que não me mudaria de lá por nada. Hoje, devido ao trabalho, tive que arrumar outra moradia por causa de logística. O Brasil gira em torno de São Paulo. Sinto saudade da família, eu gostava muito de correr nas avenidas...

Evaristo Costa: "Quero ter cinco ou seis filhos" - Edição 641 (21/12/2012)

Apresentador do 'Jornal Hoje', jornalista da TV Globo respondeu a perguntas dos leitores

Evaristo Costa (Foto: Marcia Tavares/Revista QUEM)

Criado em um sítio a uma hora de São José dos Campos (SP), Evaristo Costa, que ainda mantém o sotaque do interior, é famoso pelo jeito descontraído à frente do Jornal Hoje, da TV Globo, que ele divide com Sandra Annenberg.
O jornalista, que recebe 500 e-mails por semana, fala que se identifica com os jovens, com quem tem contato direto no quadro 'Jovens do Brasil', cujos temas e perguntas são escolhidos por internautas. Aos 35 anos, ele diz que se considera bonito e que já aprendeu a lidar com o assédio do público.

Há sete anos juntos, Evaristo e a mulher, Amália Stringhini, esperam o segundo filho para abril – eles já são pais de Francesca, de 1 ano. “Quero ter uns cinco ou seis”, avisa ele, que respondeu às perguntas dos leitores enviadas ao site de QUEM.
Evaristo Costa (Foto: Márcia Tavares/Revista QUEM)
1 - Por que você decidiu ser jornalista?Marcos da Rocha, Santos Dumont (MG)Nasci jornalista. Brincava de entrevistas e de programa de auditório com as minhas irmãs. Me vestia de apresentador: punha talco no cabelo, porque minha referência era o Cid Moreira, e vestia o terno do meu pai. Prestei vestibular em seis universidades e passei em todas. Fiz em Mogi das Cruzes, porque era mais perto de casa. A minha finalidade sempre foi ser apresentador de telejornal.

2 - Qual foi a reportagem mais difícil de fazer?
Luana Rios, Rio de Janeiro (RJ)

A tragédia das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro. Cheguei no dia seguinte à tragédia e as coisas estavam todas de pernas para o ar. Era um campo de batalha. Vi pessoas mortas, casas destruídas, famílias chorando. Eles falavam: “Se vocês não estiverem aqui, não teremos ajuda para tirar as pessoas que estão enterradas”. Essa foi a parte mais difícil. Você está trabalhando e não pode fazer absolutamente nada.
3 - Como Sandra Annenberg o influencia?
Adriano Dorna, por e-mail

Consigo interpretar a Sandra pelo tom da voz. Sei quando ela vai se sensibilizar, quando vai chorar. Às vezes, se a matéria é muito triste, eu falo “Sandra, não vamos assistir” e a gente fica conversando. Só tenho o que aprender com ela. Somos amigos. A Elisa (filha de Sandra) adora a Francesca. É muito legal porque a gente troca educação e experiências da vida pessoal.
4 - Quem você tem vontade de entrevistar?
Marina Neves, Formiga (MG)

Gostaria de ter entrevistado o Jorge Amado. Gostaria de entrevistar qualquer pessoa que no momento fosse importante para estar no meu telejornal. Quando o papa veio, tentei de tudo, mas não deu.
5 - Você é considerado galã. Como lida com o assédio?
Priscila Lima de Oliveira, Recife (PE)

Não me preocupo com isso. Lido muito bem. Não me considero um galã. Me considero bonito. Quando saio para fazer uma reportagem, no Norte ou no Nordeste, preciso de três seguranças. Mas as pessoas me abordam de forma educada. Tiro foto com todo mundo. Acho legal.
Evaristo Costa (Foto: Márcia Tavares/Revista QUEM)

6 - Como mantém a forma?
Daniela Dutra, Rio de Janeiro (RJ)

Tento manter uma alimentação saudável. Não faço dieta, mas como a cada três horas. Não gosto de fazer exercício. Não sou vaidoso. Corto o cabelo a cada 15 dias para não dar diferença no vídeo. Também tenho que fazer a barba duas vezes por dia. Quando chego em casa, lavo o rosto, passo protetor e creme hidratante.
7 - Você sentiu muito as mudanças quando foi para a cidade grande?
Flavia Lins Barreto, por e-mail

No começo, foi superdifícil. Nunca tinha vindo a São Paulo. Foi difícil me adaptar ao trânsito. Hoje, não ligo mais.
8 - Fora da TV, sempre veste terno e gravata?
Maíra Villela, Catanduva (SP)

Só se eu for a algum evento que exija. Terno é meu uniforme. Gosto de me arrumar alinhadinho. Tenho mais de 2.500 gravatas. Nunca repito. Mas, na minha casa, ando de bermuda e chinelo.
9 - O que mudou na sua vida após se tornar pai?
Renata Sampaio, São Leopoldo (RS)

Quero ter uns cinco ou seis filhos. Você passa a ver sua vida em segundo plano. A fase atual em que estamos é para cuidar da criança. Francesca é legal, educada e superinteligente. A gente não “terceirizou” a Francesca, ela não tem babá. Então, a conhecemos bem.
10 - É difícil manter o casamento sendo jornalista?
Marcela de Almeida Prado, Lorena (SP)

A gente traça as correrias que a gente quer na vida. Deixo uma boa parte da minha vida destinada à família. O convívio com a minha mulher, com a minha filha e, futuramente, com meus outros filhos. Encontrei uma linha muito legal de conseguir trabalhar. Quando vou para casa, desligo. Deixo para abrir meus e-mails mais tarde.
Evaristo Costa (Foto: Márcia Tavares/Revista QUEM)


Otávio Müller: "Morro de vergonha" - Edição 640 (14/12/2012)

Ator do seriado "Tapas & Beijos" respondeu às perguntas enviadas pelos leitores ao site de QUEM

Otávio Müller  (Foto: Felipe Oneil)

Otávio Müller confessa que é tímido e ansioso. Aos 47 anos, ele vive o Djalma, do seriado "Tapas & Beijos", da TV Globo, e diz que chegou a ter síndrome do pânico por não saber lidar com a fama: “Morro de vergonha”. Hoje, está recuperado e se diverte ao falar até do excesso de peso: “Por mais estranho que pareça, eu como coisas saudáveis”.
Ele conta também que mudou sua vida pelas filhas, Maria, 6 anos, e Clara, 4, do casamento com a arquiteta Adriana Junqueira – o ator também é pai de Francisco, 17, filho da cantora Preta Gil. “Não quis fazer turnê (de teatro) porque quero ficar perto delas”, conta Otávio, que recebeu a repórter Ana Paula Bazolli para responder às perguntas dos leitores enviadas ao site de QUEM.
1 - Você gosta de fazer comédia ou não vê distinção nos trabalhos?
Isapoema dos Santos, Rio de Janeiro (RJ)
Não vejo distinção nenhuma. O que me faz aceitar um papel é um bom personagem, as pessoas envolvidas e uma boa história. O Djalma é exatamente isso. O texto é muito bom, o personagem é legal e a equipe, muito bacana.
Otávio Müeller (Foto: Felipe Oneil)
2 - Como é fazer o Djalma?
Bernardo Dumont, Alfredo Vasconcelos (MG)
Tenho cenas deliciosas com seu Chalita (Flávio Migliaccio). É legal encontrar a Fernandinha de Freitas, Andrea (Beltrão) e Fernanda (Torres). Essas três já são um prato cheio. Tenho cenas com o Vladimir (Brichta), que é um amigo e um ator delicioso de jogar, como todos são. Eu rio às vezes lendo as cenas, o que para mim é um termômetro determinante.

3 - O que a fama mudou na sua vida?
Beatriz Barbosa, Niterói (RJ)
Passei a ter síndrome do pânico logo depois de Vale Tudo, novela em que estreei, aos 19 anos. Fiz terapia para me curar e faço até hoje para diminuir a ansiedade. Odeio tudo isso. Acho que é legal a pessoa que vem conversar, mas acho estranho tirar uma foto sem falar contigo primeiro. Morro de vergonha. Não sou grosseiro nem adepto de briga, mas, às vezes, a abordagem é esquisita.

4 - Como foi a sensação de ganhar o prêmio de melhor ator com o filme O Gorila? O que o cinema representa para você?
Marcos da Rocha, Santos Dumont (MG)
Fiz O Gorila há um ano e é totalmente diferente de Tapas & Beijos. É um drama pesadíssimo do autor Sérgio Sant’Anna, do diretor José Eduardo Belmonte, do produtor Rodrigo Teixeira. Decidi me dedicar profundamente ao cinema há pouco tempo e já fui ganhando esse prêmio de melhor ator no Festival do Rio 2012! Fiquei muito emocionado.

5 - Você tem um filho adolescente com a Preta Gil, o Francisco. Como é sua relação com ele?
Silvana Pereira, Salvador (BA)
Filho adolescente nos dias de hoje é complicadíssimo. É barra pesada e tem que estar ligado o tempo inteiro. Converso muito com ele, ele é um cara muito legal, mas com vários problemas comuns aos adolescentes. Ele se parece muito comigo.

6 - O que mudou em sua vida com a chegada das filhas?
Pedro Gomes, Niterói (RJ)
As filhas pequenas são a razão da minha vida agora, minhas paixões. Mudou tudo. Não quis fazer turnê, nem teatro em São Paulo, porque eu moro no Rio e quero ficar perto delas. Gosto de levar ao colégio, trocar fralda e não deixo de ir à praia por causa de paparazzo, mas morro de vergonha, até porque sou um gordo e careca na praia (risos).
Otávio Müeller (Foto: Felipe Oneil)
7 - Você tem algo do Djalma, como esconder comida ou já ter se relacionado com uma mulher bem mais jovem?
Joaquim Fortes, São Paulo (SP)
Não tenho nada do Djalma. Gosto muito de sair, minha mulher tem a minha idade, gosto de criança, ele não gosta e não sai daquela esquina. Não como besteira que nem ele, como muito menos. Por mais estranho que pareça, eu como coisas saudáveis.

8 - Por que desistiu do sonho de ser jogador de futebol?
Lyan Frank, Juiz de Fora (MG)
Não entendo nada de futebol, era goleiro. Gordo é goleiro (risos). Adorava e jogava amarradão. Foi uma escolha minha não ser jogador, queria isso porque era coisa de menino, estava no início da vida. Mas, na verdade, nunca pensei em ser outra coisa, queria ser ator.

9 - Em mais de 20 anos de carreira, qual foi seu trabalho mais marcante?
Danielle Faria, Nova Iguaçu (RJ)
Não tenho um, mas sinto saudade de toda a minha vivência de teatro em grupo, dirigido por Bia Lessa, com Fernanda Torres, Cláudia Abreu, Betty Gofman. Trabalhei dez anos no teatro e também fora do Brasil. Tipo seleção brasileira, viajei o mundo inteiro, isso foi uma experiência muito maneira. Tenho saudade dessa hora, de ir a França, Alemanha, Estados Unidos, Canadá... Tenho muito orgulho de Vale Tudo, Memorial de Maria Moura e Os Maias. Orgulho também do meu casamento com (José) Wilker em Desejos de Mulher.

10 - Quais são seus próximos projetos?
Zilma Barbosa, Brasília (DF)
Tenho projetos como diretor de teatro, de cinema e como ator. Tenho muita ideia e vontade de conseguir fazer todas essas coisas.
Veja mais (Foto: Revista QUEM)

Otávio Müeller (Foto: Felipe Oneil)

Tania Khalill: "Nós não fechamos a fábrica" - Edição 637 (23/11/2012)

No ar como a romântica Ayla em "Salve Jorge", atriz respondeu às perguntas dos leitores enviadas ao site de QUEM

Tania Khalill (Foto: Stefano Martini)

Tania Khalill aprendeu a fazer alguns pratos da culinária turca para viver a romântica Ayla, em "Salve Jorge", mas a atriz de 35 anos confessa que não leva jeito para cozinhar. Casada há 12 anos com o cantor e compositor Jair Oliveira, Tania tem duas filhas, Isabella, de 5 anos, e Laura, de 1 ano e 9 meses. Ela ainda sonha com mais uma criança, outra menina, de preferência. “Nós não fechamos a fábrica”, avisa. Tania recebeu a repórter Luana Rossi para responder às perguntas dos leitores enviadas ao site de QUEM e contou que decidiu se casar com o marido depois de cinco anos morando junto e que a relação com a família dele é ótima – ela é nora do cantor Jair Rodrigues. “É uma das pessoas mais especiais que conheço”, elogia.
1. Sonho ser atriz. Que conselho daria para novas atrizes? A idade interfere?
Joyce Baldez, Suzano (SP)

Acho que o que interfere é a paixão. É uma profissão que exige muita paixão e dedicação. O meu conselho é se preparar, estudar e não parar nunca.
Tania Khalill (Foto: Stefano Martini)

2. O que a chegada de suas filhas mudou em sua vida?
Maria Sebastiana Luiza, Santos Dumont (MG)
Tudo. Acho que tudo diminui de importância. Elas me ensinam a viver o presente, a me divertir, a ver a vida com alegria. Sou mãe de menina e sei brincar disso. Se fosse mãe de menino e tivesse que jogar bola, eu não sei como ia ser, ia ter que descobrir, né?

3. Qual é o lado bom e o ruim da fama? O que faz para ter esse corpo escultural?
Edisom Oliveira, Juiz de Fora (MG)

Opa, obrigada! Acho que o lado ruim da fama é que quem vive em função disso acaba virando vítima dela. O lado bom é o carinho que você recebe. Eu lido bem com os fãs, mas as meninas, às vezes, se incomodam. Para o corpo, tento comer bem e fazer exercícios aeróbicos.

4. Você fez balé por anos. Incentiva suas filhas a dançar?
Cristianrose Rodrigues, Rio de Janeiro (RJ)
Eu incentivo o que já vem delas, não quero dar palpites. A Isabella faz balé por vontade dela.

5. Você se acha sexy?
Roberta Teixeira, Campinas (SP)
Isso vem do olhar do outro, de quem te vê sexy. Acho que você pode se fazer sexy numa situação, num personagem, mas ser sexy no dia a dia acho muito esquisito.

6. Você é atriz e seu marido é músico, vocês se ajudam nas carreiras?
Vânia Souza, Maceió (AL)
A gente se ajuda sempre. Peço a ele para me ver e comentar minhas cenas. Ele compõe muito bem, ouço pouco, mas dou palpite. Ele, como cresceu nesse universo artístico, tem alma de artista. Aprendo muito com ele.
Tania Khalill (Foto: Stefano Martini)

7. Pretendem aumentar mais a família?
Paula Cristina Souza, Salvador (BA)
Talvez, não fechamos a fábrica ainda. Para mim, seria mais fácil menina, eu fui criada entre irmãs, somos três e eu sou a do meio. Eu iria adorar ter três meninas, quatro. Falta coragem ainda, e, se viesse menino, ia ser mais um aprendizado.

8. No laboratório de sua personagem em Salve Jorge, você aprendeu pratos da culinária turca. Gosta de cozinhar?
Thiago Pontes, Vitoria (ES)
Tive esse momento grávida, quando curtia fazer minha comida. Acho que é porque o lado feminino fica mais aflorado, mas sou muito impaciente para cozinhar.

9. Você e Jairzinho moraram juntos antes de se casar. Você tinha o sonho de se vestir de noiva?
Eliane Pereira, Vitória (ES)
Acho que tinha e nem sabia, porque a gente morou junto por cinco anos. E, para mim, não tinha que casar. Até que veio essa ideia, que partiu dele. Acabou se tornando uma megafesta, com igreja, preparada em dois meses. Fizemos na casa da minha sogra, que foi incrível e me ajudou em tudo. Ela é um doce, isso me uniu a ela para sempre, porque foi uma coisa de mãe fazer pelo filho. Foi muito especial, meu sogro cantou na igreja. Nem imaginava que curtiria tanto.

10. Jair Rodrigues, seu sogro, é uma pessoa muito engraçada na televisão. Ele diverte a família?
Paulo Roberto Lima, Rio de Janeiro (RJ)
Muito. Jair Rodrigues é uma das pessoas mais especiais que conheço. É a pessoa mais feliz do mundo. Ele tem muita gratidão pela vida. Com seus 70 e poucos anos, tem mais disposição do que eu. Olho para ele no palco e vejo um anjo.
Tania Khalill (Foto: Stefano Martini)

Isabeli Fontana: “Sonho com o príncipe encantado”

A modelo comenta a notícia de que teria voltado a namorar o cantor Marcelo Falcão, diz que tem vontade de se casar novamente, explica como educa os dois filhos, Zion e Lucas, e revela que tipo de relação tem com os pais dos meninos

Isabeli Fontana (Foto: Getty Images)
Aos 29 anos, com 16 de carreira, Isabeli Fontana está em um momento de transição. “Top eu já fui. Hoje em dia, estou me transformando em uma supermodel, que vira celebridade, que ganha mais dinheiro e que tem mais tempo de carreira”, afirma ela, que está, segundo o respeitado site Models.com, em 10º lugar no ranking das modelos mais sexy do mundo e em 11º na lista das mais ricas. Para pertencer a esse Olimpo fashion, Isabeli precisa sacrificar o tempo com os filhos, Zion, de 9 anos, do relacionamento com o modelo Álvaro Jacomossi, e Lucas, de 6, do casamento com o ator Henri Castelli.  “O coração fica muito apertado”, diz ela, que mora em São Paulo, mas está sempre viajando. Um exemplo: recentemente, esteve em Budapeste, na Hungria, para posar para o novo catálogo de calçados e acessórios da grife Morena Rosa.
Isabeli conversou com QUEM durante uma tarde, prestes a partir para outra viagem, dessa vez para Paris, e falou sobre a criação dos filhos, a vontade de se casar novamente e os rumores de que teria voltado a namorar o cantor Marcelo Falcão, com quem ficou por dois anos, até fevereiro de 2011, antes de ficar noiva do empresário Rohan Marley, com quem rompeu em setembro do ano passado.
QUEM: Como foi ser fotografada para a grife Morena Rosa, em Budapeste?
ISABELI FONTANA:
Foi muito legal. Nem imaginava que um dia eu iria para Budapeste, na Hungria! Ralamos bastante durante os três dias de fotos. Apenas no último dia, depois do trabalho, fomos ao bazar, onde comprei umas coisas bacanas: uma bolsinha de couro vermelha, um abridor de garrafas com o nome da cidade, umas bonecas.
QUEM: É consumista?
IF:
Já fui muito, mas não sou mais. Porque a minha casa estava ficando cheia de cacarecos...
QUEM: Com o que gasta seu dinheiro?
IF:
Com terrenos. Gostei, vou lá e compro! Adoro comprar terrenos. Também compro peças-chave, como uma bolsa Chanel ou Balenciaga. E é mentira que nós, modelos, ganhamos um monte de coisas. Raramente ganhamos uma coisa ou outra.
QUEM: Quando viaja, você se sente culpada por deixar as crianças em São Paulo?
IF:
O coração fica muito apertado. Meu filho mais velho fala: “Mas, mãe, você já vai ter que ir embora?”. Aí, eu digo: “Filho, a mamãe tem que trabalhar. Quem vai pagar toda essa alegria aqui para vocês?”. Ele fica tristinho, mas é compreensivo. Antes, eu até trazia presentes para suprir a falta que faço, mas não faço mais isso porque acaba que o presente fica mais especial que a minha presença. E, hoje em dia, que eles estão crescendo, preferem ficar com os amiguinhos, com os primos. Eles precisam menos da mãe, é engraçado, né? Me sinto de escanteio. Eles crescem rápido, e você se sente em segundo plano.
Isabeli Fontana (Foto: Getty Images)
QUEM: Tem vontade de ter outro filho? Talvez uma menina?
IF:
Tenho vontade, mas no momento certo. Não saberia como ser mãe de menina, mas gostaria muito de ter uma. Iria vesti-la com roupas mais hippies, desencanadas.
QUEM: Casaria de novo?
IF:
Com certeza. Sou sonhadora. Sonho com o príncipe encantado. É muito bom, faz parte!
QUEM: É verdade que voltou a namorar o Marcelo Falcão?
IF:
As pessoas são muito fofoqueiras, criam coisas e todos os sites publicam... Por que não tiram uma foto para comprovar? Prefiro não falar nada, nem que sim nem que não. Eu não sou só isso, “quem ela está namorando?”. Só por isso que sou importante? Eu tenho minha carreira, meu nome é Isabeli Fontana!
QUEM: No ano passado, também falaram que você tinha voltado com o Henri Castelli, seu ex-marido...
IF:
É porque ele é meu amigo, a gente tem um filho. Deve ser daí que surgem os boatos. Eu gostaria de ter (uma boa relação) com o Álvaro (Jacomossi) também, mas a gente não conseguiu. Daí, não falam que eu voltei com ele, né?
QUEM: E como é sua relação com o Henri?
IF:
O Henri é um excelente pai, ele fica muito próximo do Lucas, faz questão de vir vê-lo, de pegá-lo, de passear. Outro dia, fomos comprar o presente de aniversário dele juntos. Para o Lucas, é uma alegria estar com o pai e com a mãe juntos. A gente conversa, é superamigo. Nossa relação é boa, é saudável.
QUEM: Qual o motivo de você não ter a mesma relação com o Álvaro?
IF:
Sabe ímã ao contrário? Não dá certo. Não conseguimos conversar sobre nada. Agora, meu filho mais velho consegue falar por ele mesmo, então, ele tem o momento dele com o pai, é isso o que importa.
QUEM: Que tipo de mãe você é?
IF:
Sou mãe e pai, porque não tem homem em casa. Então, há momentos em que eu sou o homem. Digo que é assim, é assim (fala apontando o dedo). São as regras. Não gosto que meus filhos se sintam mais privilegiados que os primos, por exemplo, que não têm piscina em casa, essas coisas todas, que tratem mal os outros... É de igual para igual. Sou brava, gosto das coisas certas. Mas também sou divertida, carinhosa. Adoro quando meus filhos vêm me abraçar. Gosto de ver filme junto. Até cozinho de vez em quando para eles. Faço peixinho, dou na boquinha e tudo!
QUEM: Como é a personalidade dos meninos?
IF:
É bem diferente. O mais velho é todo puro, verdadeiro, melodramático. O mais novo é mais tranquilão, carente, carinhoso, mais pensante, estratégico. Os dois adoram ficar juntos, é bonita essa relação que eles têm.
QUEM: Quando apresenta um namorado novo, eles não ficam enciumados?
IF:
Meninos ficam enciumados, sim. Mas eles organizam o ciúme deles. Eles ficam olhando, observando, mas depois se soltam, brincam e aceitam.
QUEM: Já pode se dar ao luxo de escolher os trabalhos que quer?
IF:
Estou vivendo uma fase maravilhosa, em que posso escolher o que quero fazer. Procuro trabalhar para clientes que são bons para o meu momento. A carreira vai mudando e estou nessa fase de transformação. Top eu já fui. Hoje em dia, estou me transformando em uma supermodel, que vira celebridade, que ganha mais dinheiro e que tem mais tempo de carreira.
QUEM: Que profissão seguiria se não fosse modelo?
IF:
Nunca pensei em nada, a vida foi me levando. Eu ia para a escola, tinha minha vidinha, de repente virei modelo, tive que morar em Nova York e tudo aconteceu. Nunca sonhei em ser modelo. Eu nem me olhava no espelho, não era nem um pouco vaidosa. Era totalmente moleca.
QUEM: Passou por dificuldades no começo da carreira?
IF:
A língua (o inglês) era difícil. Aprendi na marra, quando comecei a viajar para Paris e Nova York. Me lembro que era muito complicado fazer as poses, eu não entendia o que os fotógrafos queriam. Eles falavam um montão de coisas e eu não entendia. Aí, eles tinham que imitar as poses para mim. Me sentia horrível.
QUEM: Considera-se sexy?
IF:
Sou de lua. Existem momentos em que me sinto sexy, às vezes, estou mais tranquila, aí, me sinto hippie, rock’n’roll, despojada. Com 18 ou 19 anos, estava me sentindo sexy, foi nessa idade que o sex appeal veio para mim. Aprendi a ser mulher quando comecei a ter interesse em namorar. Meu primeiro namorado foi o Álvaro, quando eu tinha 17 anos.
QUEM: Sofreu bullying na escola?
IF:
Sofri por ser alta e magra (ela tem 1,75 metro de altura). Me chamavam de vara de cutucar estrela, Olívia Palito. Mas nem ligava. Só não me sentia bem de ser tão magra. Perguntava a minha mãe o que fazer para engordar. Usava três calças debaixo do uniforme. Ficava suando! Tomava vitamina de banana todo dia e não engordava!
QUEM: Era muito paquerada naquela época?
IF:
Não, eu era o patinho feio por ser alta e magra demais. Aí, quando fiquei famosa, alguns vieram atrás, dizendo que tinham estudado comigo...
QUEM: Já precisou fazer dieta por causa de algum desfile?
IF:
Houve aquele momento, entre os 15 e os 16 anos, em que meu corpo começou a se transformar. Aos 13, quando comecei a carreira, tinha 88 centímetros de quadril e precisava manter essa medida: tinha uma “regra” de que modelo não podia ter mais de 90 centímetros. Vivia fazendo dieta, passava fome. Comia só frango e uma batata cozida sem sal para emagrecer.
QUEM: Já ficou de fora de algum desfile por estar acima do peso?
IF:
Me lembro que um dia estava de TPM, inchada, estava me separando do Álvaro, em Paris. Meu filho tinha 1 ano e meio e eu ia abrir o desfile da Chanel. Eu era a estrela da Chanel e acabei não entrando na roupa. Não tinha Cristo que me fizesse entrar naquela roupa...
Veja mais (Foto: Revista QUEM)
QUEM: Tem medo de envelhecer?
IF:
Em um momento da minha vida, tive muito medo de envelhecer. Aos 26 anos, estava começando a ter muitas linhas de expressão e precisava fazer alguma coisa. Era minha cara, meu trabalho. Fiquei louca. Aí, fui pesquisar algumas coisas, falei com minha dermatologista, a doutora Célia Sampaio, e comecei a fazer um tratamento de células-tronco para rejuvenescer. Mas desde os 23 anos uso cremes antirrugas. Antigamente, se eu jantasse salada, no dia seguinte eu acordava magrinha. Agora, preciso jantar salada por uma semana para ficar sem barriga.
QUEM: É a favor de cirurgia plástica, botox?
IF:
Sou superfã. Inclusive já fiz. Levantei os seios porque amamentei dois filhos. Também fiz botox uma vez na testa, mas não gostei.
QUEM: É verdade que tem muita briga de ego nos bastidores dos desfiles da Victoria’s Secret?
IF:
Tem, por isso que esse mundinho aí eu não vivo. Victoria’s Secret para mim não é importante. Não foi ela que me fez chegar aonde cheguei. Respeito porque é uma linha de lingerie bacana, popular nos Estados Unidos, mas não é tudo aquilo que as pessoas acham que é, só por ter um desfile maravilhoso. É lindo demais, mesmo, é deslumbrante misturar moda com música. É isso que faz com que as pessoas se divirtam. E a gente se diverte no palco, com os músicos, é bacana. Lá, eu tenho um momento fun, é divertido. Mas eu não sou angel, nunca fui.

Lisandra Souto: “Quero reconstruir minha família” - Edição 646 (25/01/2013)

De volta à TV como a Amanda de "Salve Jorge", atriz conta que não se arrepende de ter abandonado a carreira para casar e ter filhos, diz que procurou um terapeuta para tentar salvar o relacionamento com Tande, de quem se separou no ano passado, e revela que nunca mais dormiu no quarto que dividia com o apresentador do "Esporte Espetacular"

Lisandra Souto (Foto: Fábio Cordeiro/Revista QUEM)
Em 2012, Lisandra Souto passou por dois turbilhões emocionais. Após quase duas décadas afastada da televisão, ela retomou a carreira, a convite de Glória Perez, como a ciumenta Amanda da novela "Salve Jorge". E, em junho passado, enfrentou o fim do casamento de 16 anos com o ex-jogador de vôlei e apresentador do "Esporte Espetacular" Tande. “Vivi uma alegria enorme e uma tristeza profunda”, diz. “Foi um ano complicado.”
Atriz promissora de sua geração, ela começou a atuar aos 8 anos e participou de novelas de sucesso, como "Meu Bem, Meu Mal", em 1990, até que, durante a trama de "Quatro por Quatro", em 1994, conheceu Tande. Ela abandonou a profissão, se casou, teve Yasmin, de 13 anos, e Yago, de 9, e não se lamenta de nada.
“Tenho dois filhos maravilhosos que são os tesouros da minha vida. Jamais vou me arrepender de qualquer coisa”, afirma. Aos 37 anos, Lisandra também não hesita ao negar que a volta ao trabalho tenha contribuído para o fim – ainda não formalizado – da união. Na casa em que mora, no Rio de Janeiro, as medalhas e os troféus que Tande conquistou ainda estão nas estantes, mas a atriz não fala em reconciliação. “O respeito, que é o mais importante, permanece”, diz ela.
QUEM: Você ficou quase 20 anos longe da televisão. Como foi a volta?
LISANDRA SOUTO:
A ficha caiu no primeiro dia de gravação. Vi que não era um sonho e comecei a chorar no carro, voltando para casa. Deus é muito bom para mim, porque em 2012 vivi uma alegria enorme e uma tristeza profunda. Me vi muito só. Foi um ano complicado.
Lisandra Souto (Foto: Fábio Cordeiro/Revista QUEM)
QUEM: Foi bem recebida?
LS:
Pensava que ia ser como primeiro dia de aula em escola nova, mas caí em um núcleo que é uma família. Nesta semana tinha um presente no meu escaninho. Abri e era um ralador com um cartão. Estava escrito “Esqueceu? É isso aí, amiga, tem que ralar, que você rale muito em 2013, beijos da amiga Natália (do Vale)”.
QUEM: Teve medo de não dar conta do recado?
LS:
Recomeçar é sempre mais difícil. Sonhava que não conseguia decorar o texto ou que dava branco. Era medo mesmo.
QUEM: Quando estava parada, o que sentia vendo suas colegas de geração crescendo na carreira?
LS:
Dava um aperto no coração. No começo, não via novela, era uma defesa. Quando bateu a vontade de voltar, passei a ver a das 6, 7, 9, 11. Pensava “podia estar fazendo esse personagem.”
QUEM: Você se arrepende de ter parado?
LS:
Tenho dois filhos maravilhosos, que são os tesouros da minha vida. Jamais vou me arrepender de qualquer coisa.
QUEM: A maternidade a completou por quanto tempo?
LS:
Até 2006, estava bem envolvida com ser mãe. Comecei a trabalhar com 8 anos. Com 21, quando casei, tinha feito coisas que uma criança não teria feito. Meu filho não tem responsabilidade, é só estudar. Eu tinha de cumprir meu horário, decorar texto.
QUEM: Você ajudava sua família?
LS:
Nunca ajudei. Meu pai é pediatra, não precisava. Meu dinheiro era para mim. Eu ia para as gravações com as cenas decoradas e brincava no tempo livre. Eu me lembro da Nívea Maria brincando de Barbie comigo.
QUEM: Sente-se mais realizada trabalhando?
LS:
Hoje, tenho o prazer de ter meus filhos me assistindo. As crianças viam o Tande jogando e era aquela admiração, o pai campeão. Eu não tinha passado por isso – e como é gostoso saber que seu filho, a pessoa mais importante da sua vida, está te admirando.
QUEM: É verdade que sua volta à televisão foi um dos fatores para o fim de seu casamento?
LS:
Não. Ninguém separa de uma hora para outra. Quando você tem uma família, luta para não terminar. Fiquei casada por 16 anos, não 16 dias. Jamais direi que não deu certo. Não poderia ter escolhido pai melhor para meus filhos.
Lisandra Souto (Foto: Fábio Cordeiro/Revista QUEM)
QUEM: Vocês procuraram ajuda?
LS:
Fizemos terapia de casal por uns três meses. Fomos uma família muito feliz e quero que Yasmin e Yago amem o pai e a mãe da mesma forma.
QUEM: Chegaram a legalizar a situação?
LS:
A gente não legalizou nada ainda. Mas, mesmo que venhamos a assinar (a separação), vai ser muito tranquilo porque será sempre pelo bem dos nossos filhos.
QUEM: Existe a possibilidade de vocês reatarem?
LS:
Posso dizer que foi uma decisão madura, bem pensada e que foi feito de tudo para se manter a família unida.
QUEM: Você ainda ama o Tande?
LS:
O respeito, que é o mais importante, permanece. Hoje, o sentimento de um em relação ao outro é um carinho muito grande.
QUEM: Tande deixou os troféus e medalhas na casa de vocês...
LS:
Ele está em um apartamento que não tem espaço para tudo. Tem perfume dele aqui, é muito civilizado.
QUEM: Seus filhos reagiram bem à separação?
LS:
Foi muito menos sofrido para eles. Depois que me separei, nunca mais dormi no meu quarto. Ontem, dormimos os três juntos, a gente tem feito muito isso.
QUEM: O que aprendeu com isso?
LS:
Estava criando os meus filhos para mim, embaixo da asa. É errado. Eles vão crescer, ter a vidinha deles. E aí, e a nossa? Talvez eu tenha aprendido mais com meus filhos do que ensinado. Eles me deram força para voltar ao trabalho, dormiam de conchinha comigo e me fizeram enxergar a vida (enxuga lágrimas dos olhos).
QUEM: Como é a vida de solteira?
LS:
Não sou de ir para a noite. Saio com amigas. Elas são casadas e eu vou de vela.
QUEM: Já tentaram te empurrar alguém?
LS:
Sempre tem. No dia que acontecer, vai ser naturalmente. A gente vai perdendo a prática, eu fiquei casada muito tempo. As amigas falam: “Você viu ele te olhando ali?”. E isso faz bem para o ego.
QUEM: Quer um novo amor?
LS:
Acredito no amor e não é porque me separei que vou deixar de acreditar. Quero reconstruir minha família.
QUEM: Sente falta de um companheiro?
LS:
Sem dúvida. Você sente falta dos mínimos detalhes da pessoa na casa, mas o tempo é o melhor remédio.
Veja mais (Foto: Revista QUEM)
QUEM: O que um homem precisa ter para conquistá-la?
LS:
Caráter, acima de tudo.
QUEM: O que é uma prova de amor?
LS:
É não só me amar, mas amar primeiro meus filhos.
QUEM: Teria mais filhos?
LS:
Não passa pela minha cabeça, mas a gente nunca pode dizer não.
QUEM: Chegou a fazer faculdade?
LS:
Fiz faculdade de moda e não terminei porque engravidei da Yasmin. Estudei inglês, espanhol, Tande abriu um restaurante e fui aprendendo. Há três anos, inaugurei uma clínica de estética e sou cobaia de tudo para minha idade (risos).
QUEM: A clínica dá independência financeira a você?
LS:
Tenho dois sócios, mas ajuda. O trabalho de atriz não tem segurança.
QUEM: "Salve Jorge" já rendeu outros convites?
LS:
Por enquanto, não. Não sei como vai ser minha vida depois da novela. Quero muito renovar meu contrato.
QUEM: Na trama, sua personagem está sendo traída. O que você faria?
LS:
Tem que ter muito sangue frio para, depois de tudo que ela (a personagem) ficou sabendo, continuar a dar beijinho, nó na gravata. Comigo não rola.
QUEM: Já teve que disputar o amor de alguém?
LS:
Não disputaria, colocaria um ponto final. Amor não é disputa, não é jogo
Lisandra Souto (Foto: Fábio Cordeiro/Revista QUEM)

Ellen Oléria: “Vou pedir ajuda aos universitários” - Edição 642 (28/12/2012)

Vencedora do "The Voice Brasil", cantora diz que vai precisar de orientação para investir os 500 mil reais que ganhou de prêmio. Ela conta ainda o que aprendeu com Carlinhos Brown, fala da origem humilde – foi assistente de caixa de supermercado – e da paixão pela música: “É uma graça que recebi”

Ellen Oléria (Foto: Stefano Martini)
Ellen Oléria causou encantamento à primeira nota no palco do reality show "The Voice Brasil". A cantora de 29 anos, nascida em Brasília, emocionou Claudia Leitte, Lulu Santos, Carlinhos Brown e Daniel, com a apresentação arrebatadora de "Zumbi", de Jorge Ben Jor.
Depois, ao longo do programa, conquistou fãs e venceu a competição no dia 16 de dezembro, ao receber 39% dos votos populares após apresentar as músicas "Taj Mahal", também de Jorge Ben Jor, e Cristo e Oxalá, de O Rappa. Como prêmio, faturou 500 mil reais, um contrato com a gravadora Universal Music, um carro, e o convite para se apresentar no Réveillon da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. “A música que faço é maior do que eu. É uma graça que recebi”, diz

A vitória coroa sua vida, que teve origem humilde. Ela começou a trabalhar aos 14 anos como assistente de caixa de supermercado, mas conseguiu se formar em artes cênicas. Na música, formou a banda Pret.utu e ainda faz parte da Soatá, que mistura rock alternativo e carimbó. Homossexual assumida, namora há dez meses a chefe de cozinha Poliana Martins, 26. “Sempre quero preservar a minha intimidade, independentemente da orientação sexual.”
QUEM: Qual a primeira lembrança que você tem da música?
ELLEN OLÉRIA:
Devo ter sido embalada pelos sons no ventre da minha mãe. Ela sempre foi ligada a música. A gente cantava um bocado de coisa. Hoje eu já não moro mais com ela, não a escuto mais como antes.

QUEM: Em algum momento a música te salvou de situações ruins da vida?
EO:
Em vários. Diante de algumas restrições econômicas por que passamos, acho que a música trouxe uma alegria que silenciou a falta que tínhamos. A música sempre foi um ponto de encontro entre pessoas amadas na minha casa. Meu pai é sanfoneiro e, desde que ele se divorciou da minha mãe, quando eu tinha 9 anos, a gente não teve mais o privilégio de vê-lo tocar todos os domingos.

QUEM: Como se formou o seu gosto musical?
EO:
Eu sempre preferi a música brasileira, então eu botava fone de ouvido, entrava debaixo do móvel onde ficava a TV. Eu ouvi muito Chico Buarque, Caetano, Gilberto Gil, Elis Regina. Ouvia Elis e chorava. Acho que os meus ouvidos sempre estiveram bem atentos para receber música.

QUEM: Na audição às cegas, você foi disputada pelos quatro jurados. Como foi?
EO:
Acho que é uma sensação muito parecida com a que eu tive uma vez em que eu toquei em Brasília. Eu desci do palco e tinha umas pessoas querendo falar comigo, tinha uma senhora com a cabeça branquinha, uns meninos com 12, 13 anos, e uma criança muito pequenininha, de 4 ou 5 anos. Ela veio e disse que queria comprar meu disco e que o pai deixou gastar a mesada dela. Alguma coisa muito misteriosa e maravilhosa acontece com a canção que dilui as fronteiras físicas, geográficas, da língua, dos astros e credos.
Ellen Oléria (Foto: Stefano Martini)
QUEM: O que sentiu quando todos os jurados do "The Voice" se viraram para você, indicando que você havia sido selecionada por todos?
EO:
Uma realização, como quando a gente faz um trabalho na escola e recebe uma nota boa. Eu me esforcei, fiz direitinho, me senti realizada. Eu queria que qualquer um virasse para me dar oportunidade de brincar daquilo lá com eles. Eu fiquei com as pernas bambas quando todos viraram, me deu uma tremedeira. E eu estava num salto muito alto. Foi invenção minha e das minhas amigas. Eu gosto mesmo é de estar com o pé no chão. Mas tomei muito choque. Aí, a gente está ali fazendo careta e a pessoa pensando “nossa, que feeling!” (risos). E eu tomando choque.

QUEM: Como foi o trabalho com Carlinhos Brown?
EO:
Ele faz tantas coisas, é multifocado e chega aos espaços com um novo assunto. Sempre numa disponibilidade maravilhosa de compartilhar.

QUEM: Que aprendizado tirou dele?
EO:
A generosidade. Ele está sempre disponível. Eu desejo ser que nem ele. A minha ideia é compartilhar o que eu tenho recebido.

QUEM: E o que você pretende fazer nesse CD que vai gravar?
EO:
Antes de entrar no The Voice, eu e a banda Pret.utu queríamos fazer um disco dançante, porque o disco que lançamos em 2009 é bem intimista. Não tenho certeza, mas ficaria muito feliz se pudesse trabalhar nisso.

QUEM: Com o novo caminho na sua vida, você já sabe o que fazer com sua banda?
EO:
Cada um de nós leva projetos paralelamente e temos um encontro muito poderoso e bonito. Nos permitimos experimentar em novos encontros.

QUEM: Você tem noção de que, com seu sucesso, pode ajudar seus antigos parceiros?
EO:
A minha ideia é essa e sempre foi. Os caras vão estar comigo agora. O presidente e o diretor da Universal foram num show nosso, aqui no Rio, e puderam ver a banda Pret.utu acontecendo.

QUEM: Você tem preocupação em retratar a cultura negra em seu trabalho?
EO:
Os meus encontros não foram pautados a partir da cor da pele. A cor da sua pele marca um encontro com sua mãe, seu pai e seus irmãos. Acho que a estética africana marca a música em todo o mundo, não só a minha.

QUEM: Onde você nasceu, como foi sua infância?
EO:
Sou nascida em Brasília, minha mãe, Eva, é goiana, meu pai, Adalvêncio, é mineiro. Meus irmãos mais velhos nasceram todos em Brasília e fomos criados numa cidade chamada Taguatinga. Foi dureza, comecei a trabalhar com 14 anos, como assistente de caixa de supermercado. Concluí meus estudos, sou formada em artes cênicas pela Universidade de Brasília. Sou atriz, ou fui atriz, não sei ainda se consegui ser isso (risos).

QUEM: Já sentiu que o programa mudou sua vida?
EO:
É muito impactante. As pessoas querem registrar o encontro, guardar esse encontro, querem fazer fotos, querem um abraço. Isso é muito lindo.
Veja mais (Foto: Revista QUEM)

QUEM: Muitos cantores oriundos de reality shows musicais não conseguiram sucesso fora do programa. Você teme que isso aconteça?
EO:
Tenho uma tranquilidade muito grande. A música que eu faço é muito maior do que eu. Não tem a ver com o meu grau de escolaridade ou o tempo que dedico por dia. É uma graça que eu recebi.

QUEM: Você falou que considera a música um dom. É espiritualizada?
EO:
Acredito na força divina, no encontro das pessoas e no amor, que é o maior ensinamento de todas as divindades.

QUEM: Falando em amor, você expressou sua sexualidade (a cantora mostrou a namorada no programa a assistindo). Teve medo de preconceito?
EO:
Acho que natural é o amor, né? Sempre quero preservar minha intimidade, independentemente da nossa orientação sexual. Acho que é um direito de viver mesmo.

QUEM: Quais são os seus próximos sonhos?
EO:
Vivo um sonho dentro de um sonho! É o que sinto agora. Faço muitos planos, quero muito tocar (risos). Nesse período, estive muito focada no projeto do reality. Agora quero ir para os palcos da vida. Quero encontrar as pessoas que votaram alucinantemente, as pessoas que choraram, que se emocionaram.

QUEM: E o dinheiro do prêmio? Já decidiu o que fazer?
EO:
Já sei que não posso dar um tiro errado. Então vou pedir ajuda aos universitários (risos). Quero investir bem e de uma maneira inteligente. Tenho uma amiga que diz que autonomia é depender do máximo de pessoas possível. Porque, se não der certo, se essa pessoa não puder te ajudar, outra pode.
Ellen Oléria (Foto: Stefano Martini)