terça-feira, 9 de abril de 2013



Brasil tem papel de destaque no



 sistema de Cooperação Sul-Sul



Através de programa criado pela ONU, países em desenvolvimento realizam intercâmbio cultural, político, tecnológico e científico entre si

Através da Cooperação Sul-Sul, Brasil desenvolve programas educacionais no Benin. Esta casa foi transformada em escola. (Foto: Divulgação/ Carla Rabelo Costa, Acervo IPHAN)Através da Cooperação Sul-Sul, Brasil desenvolve programas educacionais no Benin. A casa da imagem foi transformada em escola (Foto: Divulgação/ Carla Rabelo Costa, Acervo IPHAN)
Em 1978, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou na Argentina uma convenção durante a qual 138 países assinaram o Plano de Ação de Buenos Aires. Tratava-se da implementação da Unidade Especial de Cooperação Sul-Sul, na qual os países em desenvolvimento - localizados ao sul do eixo Estados Unidos, Europa, União Soviética - se uniriam para promover o crescimento desses países, através de intercâmbio político, tecnológico, científico e cultural.
Atualmente, os principais países em desenvolvimento no mundo, África do Sul, Brasil, China e Índia, desempenham papel de liderança na Cooperação Sul-Sul. Concentrada na América do Sul e na África, a cooperação tem uma grande participação brasileira, especialmente no continente africano, destino de metade do orçamento do Brasil para o programa.
Criação e desenvolvimento
Desde a década de 1950, a ONU promove ações que visam a cooperação entre países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. A primeira ação nesse sentido foi a criação do Grupo Afro-Asiático, em 1955. Vinte e três países dos dois continentes se uniram com o objetivo de diminuir os efeitos culturais e políticos da polarização do mundo entre Estados Unidos e União Soviética, durante a Guerra Fria. Em 1964, a América Latina foi incluída no bloco, dando origem ao Grupo dos 77.
A Cooperação Sul-Sul começou a nascer em 1972, quando a Assembleia Geral da ONU criou um Grupo de Trabalho que desenvolveria as 38 recomendações seguidas pelos países membros. Dois anos depois, era criada a Unidade Especial de Cooperação Sul-Sul. Na reunião realizada em Buenos Aires, dois anos depois, foram identificados 15 áreas onde a cooperação iria trabalhar e as atividades começaram a ser desenvolvidas a partir dali.
Durante a Guerra Fria, a Cooperação Sul-Sul foi de grande interesse dos Estados Unidos e da União Soviética, que buscavam expandir sua influência nos países subdesenvolvidos. Porém, a partir do fim do conflito, em 1991, os "primeiro mundo" perderam o interesse em financiar ações da cooperação. A partir de então, os principais países em desenvolvimento África do Sul, Brasil, China e Índia foram assumindo papéis de importância cada vez maior, podendo ser considerados líderes da cooperação hoje em dia.
Atuação Brasileira
Através da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o país desenvolveu mais de 260 projetos na África, América Latina, Ásia, Europa e Oceania. A África é o principal foco de atuação da agência, que destina 50% de seu orçamento para 150 iniciativas em 40 países do continente. Apenas no período entre 2010 e 2014, foram destinados 80 milhões de dólares para os projetos desenvolvidos no continente africano.
De acordo com a assessoria de imprensa do Itamaraty, a cooperação brasileira é feita a partir da manifestação de interesse dos parceiros. A ação brasileira na África não é de doador, mas de colaborador. Os países compartilham técnicas e conhecimentos nas áreas de  agricultura, educação, formação profissional e saúde.
Angola, Argélia, Cabo Verde, Guiné Bissau, Mali e Moçambique são alguns dos principais parceiros do Brasil na África. Outro parceiro de grande importância é o Benin. Desde 2005, existe um acordo de cooperação técnica e científica entre o Brasil e o país africano.
O acordo promoveu o desenvolvimento de 25 projetos nos últimos oito anos. Desses, sete estão em desenvolvimento. Eles envolvem áreas como o apoio ao desenvolvimento do setor algodoeiro do Benin, preservação do patrimônio histórico e cultural, desenvolvimento de tratamento para a Anemia Falciforme, entre outros.
Os trabalhos são desenvolvidos por diversas entidades de esferas diferentes, tais como a Embrapa, a Universidade Federal de Minas Gerais, o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), além da ONG Olé Brasil Futebol Clube, que utiliza o esporte para trazer uma vida melhor para as crianças do país. Através do esporte, crianças e adolescentes beninenses têm acompanhamento educacional, médico, odontológico, além de participarem de programas culturais.

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