quinta-feira, 18 de outubro de 2012

entrevistas

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Danielle Winits: "Nunca digo nunca"

Atriz diz que se casaria novamente e não descarta ter um terceiro filho. No ar na TV – é a Marcela, de "Malhação" – e em cartaz no cinema com "Até Que a Sorte Nos Separe", ela conta como é a relação de seus garotos um com o outro: "Quando Noah viu o Guy pela primeira vez, a lágrima pulou do olho dele. Foi a coisa mais linda que vi" - Por Raquel Pinheiro

Danielle Winits (Foto: Marcelo Corrêa)
Desde que estreou na televisão, como a Eva da minissérie "Sex Appeal", em 1993, Danielle Winits povoa o imaginário masculino. De volta à TV como a professora de educação física Marcela, de "Malhação", a superprotetora mãe de Gil (Daniel Blanco), a atriz continua, aos 38 anos, com o mesmo físico e traços bonitos de duas décadas atrás. Mas jura que não liga para o rótulo de símbolo sexual. "Faz bem para o ego, mas a minha vida vai além disso", diz.
Longe das novelas desde "Páginas da Vida", em 2006, Danielle vinha fazendo seriados como "A Vida Alheia" (2010) e musicais no teatro, como "Xanadu", ao lado de Thiago Fragoso. O espetáculo foi interrompido no fim de janeiro, quando o cabo de segurança ao qual estavam presos se rompeu durante um voo sobre a plateia. Danielle machucou a boca. Thiago quebrou costelas e teve o diafragma perfurado. "Fui agraciada pelo fato de não me recordar de nada", diz ela. Noah, de 4 anos, seu filho com o ator Cássio Reis, viu a queda da mãe e teve pesadelos por semanas. É ao menino e ao caçula, Guy, de 1 ano e 5 meses, do casamento com o ator Jonatas Faro, 25, que Danielle se dedica. "A vida tinha algumas cores e o arco-íris ficou completo quando meus filhos chegaram", afirma.
Danielle Winits (Foto: Revista QUEM)
Com empolgação, a atriz fala de seu novo filme, "Até Que a Sorte Nos Separe", em que vive a perua Jane, e do brechó que abriu com três amigas, o La Luna Mia, para incentivar mulheres a reciclar roupas e evitar o consumismo exagerado. "A idade trouxe serenidade", explica a atriz, que namora desde abril Amaury Nunes, jogador do Tot Sport Club, da Tailândia. Danielle não descarta uma terceira união. "Nunca digo nunca."
QUEM: Em "Até Que a Sorte Nos Separe", sua personagem, Jane, é uma perua engraçada. O que vocês têm em comum?
DANIELLE WINITS:
Como a Jane, tenho o lado totalmente guerreiro. Ela sofre uma grande perda material, mas não desiste de correr atrás do que quer. Mas não sou perua.
QUEM: Você não fazia novela desde "Páginas da Vida" (2006). Esse intervalo foi planejado?
DW:
Fiquei grávida, tive meus filhos, e fiz teatro. Tive convites para novelas, mas optei pelos musicais, que ocupam muito tempo, já que o trabalho de pré-produção é grande.
QUEM: Alguns atores têm preconceito com "Malhação". E você?
DW:
De forma alguma, para mim trabalho é trabalho. Queria fazer uma coisa mais leve, porque tive um ano muito puxado fisicamente e psicologicamente, por causa do acidente em "Xanadu".
QUEM: Como foi o acidente?
DW:
Fui agraciada pelo fato de não me recordar de nada e não ter essa lembrança traumática. Meu emocional ficou bem abalado, porque o Thiago ficou em situação mais grave. Se tiver cenas com algum risco em outro trabalho, talvez eu não faça. Noah estava no teatro no dia do acidente e ficou traumatizado por um período. Falando todo dia do acidente, perguntava se eu ia voar de novo, teve pesadelos. Graças a Deus, passou.
QUEM: Sua personagem em "Malhação" é uma mãe superprotetora. E você?
DW:
Acredito em uma relação entre pais e filhos menos facilitadora e mais honesta. Criança pede limites o tempo todo. Já conheci quem não teve limites e isso se torna complicado na vida adulta. Quem ama educa. É dolorido dizer não, mas encontrar essa medida é o desafio de toda mãe.
Danielle Winits (Foto: Marcelo Corrêa)
QUEM: Você se sente confortável no papel de símbolo sexual?
DW:
Toda mulher se sente lisonjeada ao ser chamada de símbolo sexual, faz bem para o ego, mas a minha vida vai além disso. O tempo é senhor de tudo, a maturidade traz serenidade. Lógico que gosto de me cuidar, não tem nada pior que mulher relaxada.
QUEM: Sente-se cobrada para estar sempre linda?
DW:
Se as pessoas me cobram, I’m so sorry, porque eu saio à rua de cabelo zero glamour. Não me preocupo em ficar bem para os paparazzi, tenho tanta coisa para pensar!
QUEM: Quais são os seus segredos de beleza?
DW:
Procuro variar os exercícios, o que faz a atividade física ser um prazer e não um fardo. Não adianta você querer ir para a ginástica, ficar um mês e parar, tem que ter continuidade. É igual a remédio: todo dia, uma dose diária de endorfina.
QUEM: Você colocou próteses de silicone. Faria outra intervenção?
DW:
Meu corpo estava começando a ficar muito masculinizado devido aos muitos anos de dança e de exercícios e eu queria ficar mais feminina. O problema é quando a plástica vira uma espécie de fuga de alguma coisa que você não quer resolver, e você vai lá e dá uma tirada de costela. Isso não vai fazer crescer sua autoestima.
QUEM: Já aplicou botox?
DW:
Não, tenho pavor. Não consigo me imaginar, enquanto atriz, com algum pedaço da minha cara paralisado. E sou uma pessoa que até tenho que me controlar muito, porque me considero careteira.
QUEM: É vaidosa?
DW:
Existe o imaginário de que a atriz vive e acorda com a cara e o cabelo da capa da revista, mas sou bem mais moleque do que as pessoas podem imaginar. Sou muito ligada em moda, adoro me produzir para um trabalho. Mas minha essência é moleque, tenho que me policiar senão fico muito menininho. Vejo mulheres que fazem escova todo dia, passam um creme para o pé, outro para a batata da perna. Não tenho esse lado mulherzinha.
QUEM: Sente os 40 anos chegando?
DW:
Não sinto o peso. Adoro a idade que tenho, me trouxe serenidade. Os 20 anos são tão exaustivos, você tem que ficar se provando, está cheia de dúvidas, dando uma medida para as coisas maior do que elas têm. Estou muito melhor hoje.
QUEM: Você se incomoda com o policiamento da opinião pública?
DW:
Eu me acostumei. Hoje em dia, as redes sociais são uma forma de a gente se proteger. Além da interação com os fãs, podemos passar a nossa verdade em tempo real. Sou dona da minha história, mas já passei por situações em que não fui e me incomodei. Hoje, posso esclarecer as coisas. Tem Twitter, Facebook, Instagram...
QUEM: Como é o namoro com o Amaury Nunes?
DW:
Fui a Bangcoc há um mês e meio, e ele vem no fim do ano. A gente se fala pelo Skype todo dia. A tecnologia ajuda muito quem tem um relacionamento a distância. Ele é uma fortaleza doce. Amaury é batalhador, desbravador, virou cidadão do mundo, foi viver o sonho dele fora do país.
QUEM: Que tipo de namorada você é?
DW:
Romântica, mas não ao extremo. É um mix. Que mulher não gosta de receber flores? Sou parceira, amiga.
QUEM: Casaria de novo?
DW:
Por que não? Sou a favor do casamento. Tive dois casamentos que deram certo o tempo que duraram. Tive dois filhos maravilhosos. Mais certo que isso impossível.
QUEM: O que Noah e Guy trouxeram para sua vida?
DW:
Eles são a razão de eu estar em pé e ir trabalhar. A vida tinha algumas cores, e o arco-íris ficou completo quando meus filhos chegaram. Não sei mais como era antes, não lembro de mim antes, sem eles. Como vivi tanto tempo sem eles? Com que coração eu vivi, em que planeta eu vivi sem eles?
QUEM: Como são seus meninos?
DW:
Eles têm personalidades distintas. Noah é o zen da casa, tem um temperamento maravilhoso, é doce e observador. Já o Guy é ligado nos 220, parece um bonequinho em que alguém deu corda, mais agitado.
QUEM: E a relação entre eles?
DW:
Noah é apaixonado pelo Guy. Quando Noah viu o Guy pela primeira vez, a lágrima pulou do olho dele. Foi a coisa mais linda que vi.
QUEM: Tem vontade de ter um terceiro filho?
DW:
Filho é a melhor coisa do mundo. Então, nunca digo nunca.
QUEM: Adotaria?
DW:
Tenho vontade. Adoção é um encontro, não depende de raça ou idade.
Danielle Winits (Foto: Marcelo Corrêa)

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